Que situação, a de Ciro Gomes, candidato do PDT a presidente da República. O PT deu-lhe as costas. Nem com reza braba o apoiaria, como observou certa vez a senadora Gleisi Hoffman, presidente do partido. Na última hora, sabotou a pretensão de Ciro de unir-se ao PSB. Deu ao PSB tudo o que ele queria em troca de o PSB não dar a Ciro seu tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Mas como precisa desesperadamente do voto de pelo menos parte do PT para disputar o segundo turno, Ciro finge não passar recibo do que lhe fizeram. Não perde oportunidade de elogiar Lula. E lamenta que a Justiça o tenha impedido de visitá-lo em Curitiba. Assopra Lula e o PT dia sim e o outro também. Morde de leve seus calcanhares. Morde com gosto os de Geraldo Alckmin (PSDB).
Em um eventual segundo turno contra Alckmin ou o ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL), Ciro aposta que o PT cairá de graça no seu colo. De graça é exagero. Algum preço ele terá de pagar.