Quem se lembra das eleições de 2019 para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado? A da Câmara foi tranquila. Era pedra cantada a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na eleição do Senado houve de tudo. Davi Alcolumbre (DEM-AP) sentou-se na cadeira de presidente e conduziu sua própria eleição. São 81 senadores. Foram depositados nas urnas 82 votos.
O voto é secreto tanto no Senado como na Câmara. Naquele ano, alguns senadores, entre eles Flávio Bolsonaro, já investigado pela rachadinha, disse publicamente em quem votaria – Alcolumbre.
É o que se prepara para fazer este ano na Câmara um grupo expressivo de deputados que votarão em Arthur Lira (PP-AL), o candidato de Bolsonaro e do Centrão.
Poderão ir além. Cogitam fotografar o próprio voto para provar mais tarde que votaram de fato em Lira. Estão sendo incentivados a isso pelo governo para desmoralizar de vez o voto secreto.
Mas não só por isso. O governo teme traições. E não quer pagar o que prometeu a quem o traiu. De volta aos tempos da Velha República onde as eleições eram fraudadas.