O céu de Huck e o inferno de Alckmin
PSDB abre as portas para o novo e frita o velho
O pior que poderá acontecer a Luciano Huck será ele continuar ganhando milhões de reais todo mês como o festejado apresentador do “Caldeirão do Huck”, programa líder de audiência da Rede Globo de Televisão nas tardes de sábado.
Para Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, o pior será continuar sendo moído pela máquina infernal do PSDB que não confia em suas chances de suceder o presidente Michel Temer. Por ora, o céu de Huck é azul, o de Alckmin, tempestuoso.
O aspirante a candidato que mais jura até agora não desejar ser candidato recebeu outro ultimato do seu patrão. A Globo quer porque quer que ele decida logo e em definitivo se concorrerá à sucessão de Temer. Se a resposta for sim, Huck ficará desempregado. E Angélica, sua mulher, idem.
O deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo Partido Comunista Brasileiro, voltou a dizer que as portas da legenda estão escancaradas para Huck. As do PSDB foram entreabertas para ele pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No momento, o deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara dos Deputados, tem a chave da porta do DEM. Mas poderá abri-la para que Huck entre, festeje seus futuros aliados e peça passagem. Ele não terá dificuldade de atrair outros partidos nanicos.
Engana-se quem pensa que a Globo está ou ficará por trás de uma eventual candidatura de Huck. Ela não quer perde-lo na telinha. Muito menos quer ter seu nome como o mais falado em uma eleição tumultuada como será a de outubro próximo. Seria péssimo para sua imagem.
Para a imagem de Alckmin, nada mais desastroso do que o processo de fritura que ele sofre e que não tem data para acabar. Se nem seu partido o quer como candidato, por que outros virão vão querer? E se Huck preferir ficar na Globo? Em que condições Alckmin ficará no PSDB?