O político cujo sobrenome deu origem a um novo verbo, sinônimo de roubo, finalmente sairá de cena. Infelizmente, tão cedo se poderá dizer que a cena que lhe deu origem sairá de cartaz.
Paulo Maluf é filho dileto de Adhemar de Barros, que como ele governou São Paulo e foi candidato a presidente da República. Barros ganhou fama como o político que “rouba, mas faz”.
Maluf fez muitas obras como prefeito e governador. E foi por meio delas, mas não só, que catapultou sua fortuna enquanto aprimorava o seu cinismo para jurar que sempre fora inocente. (Lembra alguém?)
Sua única contribuição positiva à vida pública do país foi ter servido de escada para que o mineiro Tancredo Neves se elegesse presidente da República, pondo fim à ditadura militar de 64.
Mesmo naquela ocasião, Maluf conspirou para abortar a vitória de Tancredo por meio de um novo golpe militar. Isso não o impediu de seguir disputando, ganhando e perdendo eleições.
Seu apoio em São Paulo foi cobiçado pela direita e pela esquerda. Candidato à reeleição, o então presidente Fernando Henrique Cardoso apareceu em gigantescos cartazes ao lado de Maluf.
Lula em pessoa deixou-se fotografar apertando a mão de Maluf em troca dos seus votos para eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo.