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Jerry Lewis foi uma das personalidades mais marcantes do século XX. A sua morte coloca ainda mais lenha num mistério que rondou as últimas décadas da sua vida: o filme que ninguém viu. Reproduzo abaixo o fragmento de um antigo texto em que fiz um levantamento da história. Segue em homenagem ao antigo rei da Sessão da Tarde.
O Filme Perdido de Jerry Lewis
Em 1971, Jerry Lewis embarcou no projeto mais inusitado da sua carreira. Apesar de ser comediante, resolveu produzir, dirigir e estrelar O Dia em que o Palhaço Chorou, um drama pesado sobre a Segunda Guerra Mundial.
É a história de um palhaço decadente que diverte as crianças de um campo de concentração e, como um flautista de Hamelin a serviço dos nazistas, presta-se ao papel de conduzi-las à câmara de gás!
Veja imagens dos bastidores:
Não bastasse a bizarrice do tema, a produção passou por vários problemas técnicos e financeiros. Obcecado pelo projeto, Lewis enfiou a mão no bolso e, mesmo com a saúde arruinada, deu um jeito de finalizar a obra.
Com a impossibilidade de um lançamento em grande escala, o comediante trancou o copião num cofre e, depois de se recuperar de uma profunda depressão, jurou que ninguém jamais veria o filme.
Não se trata de simples oportunismo marqueteiro, caso contrário o lançamento teria ocorrido em algum instante dos 40 e poucos anos que nos separam do fim das filmagens.
Há cerca de 2 anos, Lewis finalmente abriu o cofre e doou uma cópia da obra à Biblioteca do Congresso Americano. Isso significa que já podemos ver O Dia em que o Palhaço Chorou?
Negativo.
No ato da doação, Lewis obrigou a Biblioteca a garantir que o filme permaneceria inacessível por mais dez anos. Apenas em 2025 o mundo conhecerá um dos filmes mais estranhos — e misteriosos — de todos os tempos.
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