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O Som e a Fúria

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A demonstração de apoio de Chico Buarque ao padre Júlio Lancellotti

Pároco pode virar alvo de CPI pelo trabalho de caridade com a população de rua na cracolândia, em São Paulo

Por Amanda Capuano Atualizado em 8 Maio 2024, 17h07 - Publicado em 5 jan 2024, 11h06

Um dos maiores nomes da música brasileira, Chico Buarque está entre os signatários de um manifesto lançado essa semana em defesa do Padre Júlio Lancellotti, que pode virar alvo de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo por seu trabalho de auxílio à população de rua e dependentes químicos na região da cracolândia, no centro da capital paulista.

Lançado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, o documento é assinado por uma série de juristas e acadêmicos, incluindo Caroline Proner, esposa de Chico. Em uma carta publicada no Instagram, a organização descreve a CPI como um ataque “descarado e ofensivo” ao padre Júlio, com “pretensões políticas” e “propósitos claramente eleitoreiros”. “Ademais, mostra uma flagrante inversão de prioridades: vereadores do município, ao invés de se preocuparem com políticas públicas para a população em situação de rua, decidem gastar seus esforços criminalizando a bondade”, diz a legenda que acompanha o manifesto.

O caso ganhou repercussão na quarta-feira, 3, quando o vereador de São Paulo Rubinho Nunes, do União Brasil, disse ter o apoio de trinta colegas na Câmara Municipal para instalar uma CPI que investigue o trabalho de ONGs na Cracolândia. Ele prevê que a comissão seja aberta em fevereiro e, já no início dos trabalhos, quer pedir os depoimentos de representantes da ONG Bompar, do coletivo Craco Resiste e do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua. 

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A possibilidade de investigação do padre gerou repúdio nas redes sociais e de uma série de instituições, já que não há indícios de irregularidades no trabalho do pároco, que atua há mais de duas décadas auxiliando a população de rua. A repercussão fez com que o vereador Thammy Miranda (PL) retirasse o apoio à CPI alegando que o nome do religioso não estava citado na proposta original, e que há um “desvio de finalidade para a politicagem” na investigação. Outros políticos também estariam reconsiderando o apoio.

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