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O Som e a Fúria

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A polêmica profecia de Mick Jagger sobre o futuro do rock

Em entrevista recente, líder dos Rolling Stones apontou dois artistas que fazem um pop-punk barato como os verdadeiros rockstars da atualidade

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 abr 2022, 17h09 - Publicado em 26 abr 2022, 09h46

Aos 78 anos de idade e 60 de carreira com os Rolling Stones (e contando), Mick Jagger revelou nesta semana quais artistas ele vê como sucessores naturais para manter a chama do rock acesa. Para o cantor, o futuro do gênero está nas mãos de músicos como Yungblud, de 24 anos, e Machine Gun Kelly, de 32 anos. Em entrevista à rádio sueca P4, o líder dos Rolling Stones disse que o rock precisa de energia e avaliou que não há muitos novos cantores capazes de honrar o gênero por aí. “Você tem o Yungblud e o Machine Gun Kelly. Esse tipo de vibe pós-punk me faz pensar que ainda há um pouco de vida no rock.”

O elogio do veterano roqueiro deve ser visto com um grão de sal, pois há um tanto de rasgação de seda mútua envolvida em sua previsão. Os dois músicos citados por Jagger já demonstraram serem fãs entusiasmados dos Rolling Stones. Recentemente, Yungblud disse que Jagger era a inspiração para o tipo de carreira que ele gostaria de ter, com longevidade e sucesso. “Eu quero fazer isso até ficar parecido com o Mick Jagger. Ele ainda é sexy pra c******”, disse em entrevista à revista NME, em 2019.

Vale lembrar que a afirmação de Jagger não tem nada a ver com a música feita pelos dois artistas. O som deles é completamente diferente do rock classudo dos Rolling Stones, soando mais como uma cópia barata do pop-punk mais rasteiro dos anos 2000. Ao citar os dois artistas, Jagger aparentemente fazia mais referência à atitude contestadora e rebelde característica dos ídolos do rock do passado do que à música feita por eles.

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Machine Gun Kelly, por exemplo, demonstrou o tipo de atitude que Jagger valoriza no show que fez recentemente na versão brasileira do festival Lollapalooza. No palco em São Paulo, ele escalou a estrutura metálica das caixas de som, fumou no palco um cigarro pra lá de suspeito, se gabou da namorada deslumbrante (a atriz Megan Fox, que estava no backstage), gritou, xingou, pediu para a banda parar a música e começar de novo, enfim, agiu como os rockstars do passado teriam feito.

Para esses novos artistas, contudo, é claro que falta “apenas” alcançar o principal para serem dignos de ser saudados como o “futuro do rock”: a qualidade de um Rolling Stones.

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