A banda internacional mais arroz de festa do Brasil, a californiana Maroon 5, retornou (mais uma vez) para uma turnê no país. Nesta terça-feira, 5, eles iniciaram o giro brasileiro com uma apresentação no Allianz Parque, em São Paulo, e na quarta-feira seguem para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A apresentação na capital paulista teve gostinho de retorno à vida normal. Coincidentemente, a banda havia sido a última atração musical internacional a tocar no estádio antes do início da pandemia. Agora, quase três anos depois, o grupo foi o primeiro a reestrear o estádio, com lotação máxima de 45.500 pessoas, com todos vacinados, sem máscaras, sem distanciamento e, claro, muito, muito felizes. Antes do Maroon 5 subir ao palco, o brasileiro Jão fez o show de abertura, em uma bela apresentação que mostrou por que ele é uma das grandes promessas da música pop brasileira na atualidade.
Com um pop-rock fácil, refrões chiclete e hits radiofônicos incontestáveis, o Maroon 5 destilou o mesmo set list que vem apresentando em suas últimas apresentações. Entraram sucessos certeiros como Moves Like Jagger (que abriu o show), This Love, One More Night, Animals, Girls Like You, She Will Be Loved e Sugar (que fechou a noite). Em resumo: foi um show daqueles onde a maioria do público prefere assistir com o rosto colado no celular fazendo vídeos para o Instagram, em vez de prestar realmente atenção ao vivo. Lá para o final, aliás, foi inevitável para muitos não filmar, já que o vocalista bonitão Adam Levine cantou várias músicas sem camisa (gesto que vem repetindo no Brasil ano após ano).
Nas poucas vezes em que falou com a plateia, Levine soltou aquela frase padrão que todo gringo ama dizer no país: “O Brasil é meu lugar favorito”. O astro, porém, tem motivos concretos para afirmar isso. Nos últimos anos, o grupo fez vários shows de imenso sucesso no Brasil. Já havia se apresentado em São Paulo em 2016 e, no ano seguinte, fez dois shows no Rock in Rio, após ter sido convocado as pressas para substituir Lady Gaga, que havia cancelado seu show após sentir fortes dores no corpo. Depois, fez os shows pouco antes da pandemia. Banda mais figurinha fácil não há.
A apresentação encerrou também uma polêmica que abalou os torcedores palmeirenses. O palco do show, montado exatamente atrás de uma das traves de gol, tampou a visão de parte do público que foi ao estádio no domingo, 3, para assistir à final do Campeonato Paulista, no jogo vencido pelo Palmeiras por goleada de 4 a zero contra o São Paulo. Quem assistiu ao jogo pela televisão, viu que o palco – que já estava montado durante a partida – ficou coberto por um pano verde. Logo depois, a turma da montagem correu para deixar pronta uma passarela extra que ia até o meio do gramado, por onde Levine e banda desfilariam dois dias depois. Em tempo: o público da final do Paulistão foi de 31.836 pessoas, menor do que o show. Felizmente, deu tudo certo. Tanto na apresentação desta terça-feira, quanto na final do último domingo.