O show do Tame Impala no Lollapalooza, neste sábado, 25, tinha tudo para não ocorrer. O fundador e líder da banda, o australiano Kevin Parker, precisou colocar pinos no quadril após fraturá-lo em uma corrida de rua. Mesmo com dor, ele subiu ao palco de muletas e fez uma memorável apresentação no festival.
A banda, que proibiu a transmissão pela TV da apresentação, é fortemente influenciada pela psicodelia dos anos 1970 e pelo rock progressivo do Pink Floyd. Ela abusou dos efeitos de laser, jogo de luzes e distorções sonoras para criar um clima soturno e futurista – bastante semelhante com o que o próprio Pink Floyd fez em Pulse. Com o palco quase sempre envolto em sombras e escuridão, ficou fácil entender a razão da não transmissão. Mesmo nos telões do público, quase nada foi mostrado da banda no palco. O show que o grupo trouxe para o Brasil, no entanto, foi uma versão pocket do que eles costumam fazer no exterior, já que no exterior, os efeitos visuais são ainda mais impressionantes.
O show no país, segundo avisou Parker, foi o último da turnê. “Não consigo imaginar um lugar melhor do que o Brasil para encerrar a turnê”, ele disse. Mesmo de muletas, Kevin conseguiu caminhar pelo palco – devagarinho, é verdade – para cumprimentar os fãs que estavam nas extremidades. Em entrevista a VEJA, o músico afirmou que a adrenalina do show o ajuda a espantar a dor e que ele já está trabalhando nas canções de um próximo álbum.