O terreno ainda é pantanoso quando se trata de produção e composição musical feita por meio da Inteligência Artificial. Nesta segunda-feira, 21, o YouTube deu um passo fundamental no sentido de botar alguma regra nessa história toda, publicando seu primeiro conjunto de princípios musicais. A empresa também revelou uma incubadora de IA do YouTube Music, neste primeiro momento apenas com artistas, compositores e produtores da Universal Music Group.
A incubadora terá a cantora Anitta entre os participantes, ao lado de Björn Ulvaeus, d4vd, Don Was, Juanes, Louis Bell, Max Richter, Rodney Jerkins, Rosanne Cash, Ryan Tedder, Yo Gotti, e o espólio de Frank Sinatra, que ajudarão o YouTube a lidar com a nova tecnologia. Segundo o presidente-executivo do YouTube, Neal Mohan, o grupo “ajudará a reunir informações sobre experimentos e pesquisas de IA generativa que estão sendo desenvolvido no YouTube.”
Ao todo, o YouTube divulgou três princípios, segundo os quais a empresa vai adotar com responsabilidade a Inteligência Artificial, a inclusão de proteção adequada aos direitos autorais e políticas de segurança (leia a íntegra dos princípios abaixo). “Nosso desafio e oportunidade como indústria é estabelecer ferramentas, incentivos e recompensas eficazes – bem como regras do jogo – que nos permitam limitar o potencial negativo da IA enquanto promovemos seu promissor lado positivo. Se encontrarmos o equilíbrio certo, acredito que a IA ampliará a imaginação humana e enriquecerá a criatividade musical de novas maneiras extraordinárias”, escreveu no blog do YouTube o presidente e CEO do Universal Music Group, Lucian Grainge.
“Hoje, nossa parceria é construída sobre essa base com um compromisso compartilhado de liderar com responsabilidade, conforme descrito nos princípios de IA do YouTube, onde a Inteligência Artificial é construída para capacitar a criatividade humana, e não o contrário. A IA nunca substituirá a criatividade humana porque sempre faltará a centelha essencial que leva os artistas mais talentosos a fazer seu melhor trabalho, que é a intenção. De Mozart aos Beatles e Taylor Swift, a genialidade nunca é aleatória”, completou Grainge.
Princípio Nº 1: a IA está aqui e vamos adotá-la com responsabilidade junto com nossos parceiros musicais. À medida que a Inteligência Artificial generativa revela novas formas ambiciosas de criatividade, o YouTube e nossos parceiros na indústria da música concordam em desenvolver nossa longa história colaborativa e abraçar com responsabilidade esse campo de rápido avanço. Nosso objetivo é fazer parceria com a indústria da música para capacitar a criatividade de uma forma que aprimore nossa busca conjunta por inovação responsável.
Princípio Nº 2: a IA está inaugurando uma nova era de expressão criativa, mas deve incluir proteções apropriadas e abrir oportunidades para parceiros musicais que decidirem participar. Continuamos nosso forte histórico de proteção ao trabalho criativo dos artistas no YouTube. Fizemos grandes investimentos ao longo dos anos nos sistemas que ajudam a equilibrar os interesses dos detentores de direitos autorais com os da comunidade criativa do YouTube.
Princípio Nº 3: Desenvolvemos políticas de conteúdo e uma área de Confiança e Segurança que são líderes no setor. Vamos ampliar sua escala para enfrentar os desafios da IA. Passamos anos investindo em políticas e equipes de confiança e segurança que ajudam a proteger a comunidade do YouTube e também estamos aplicando essas salvaguardas ao conteúdo gerado por IA. Os sistemas generativos de IA podem ampliar os desafios atuais, como abuso de marcas registradas e direitos autorais, desinformação, spam e muito mais. Mas a IA também pode ser usada para identificar esse tipo de conteúdo, e continuaremos a investir na tecnologia baseada em IA que nos ajuda a proteger nossa comunidade de espectadores, criadores, artistas e compositores, desde o Content ID até políticas e detecção e sistemas de fiscalização que mantêm nossa plataforma segura nos bastidores. E nos comprometemos a escalar ainda mais esse trabalho.