Diz a anedota no mundo roqueiro que se o planeta fosse destruído em uma guerra nuclear, só sobreviveriam as baratas e Keith Richards. Nesta segunda-feira, 18, o lendário guitarrista dos Rolling Stones completa 80 anos e com saúde, enquanto o mundo está cada vez mais está próximo de derreter em um aparente inevitável aquecimento global. O músico, que com seu estilo de vida junkie, repleto de excessos de drogas e álcool, já chegou a admitir que jamais imaginou chegar a essa idade. Na verdade, muitos apostavam que ele morreria antes dos 30, como ocorreu com outros ídolos do rock da época, como seu colega de banda, Brian Jones, e astros como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. E, no entanto, Richards continua na estrada com os Rolling Stones, lançando discos e rodando o mundo.
É verdade que os excessos de Richards já ficaram no passado. Em 2019 ele revelou que havia abandonado os indefectíveis cigarros que costumava fumar nas apresentações ao vivo. Heroína, ele afirma, não consome desde 1978, e a cocaína desde 2006. Apenas o álcool ainda permanece, mesmo assim, em doses homeopáticas. Para além das anedotas com a inexplicável saúde de Richards, uma coisa é inegável: o guitarrista moldou o que se entende por rock atualmente com seus riffs rápidos e criativos, que entraram para a história. Basta pensar em hits como (I Can’t Get No) Satisfaction ou Sympathy For The Devil para perceber os dedos de Richards por lá.
Desafiando a morte
Em sua autobiografia, a divertidíssima Vida, de 2012, ele conta histórias em que, de fato, esteve à beira da morte. Como num show em 1965, em Sacramento, na Califórnia, quando esbarrou num microfone eletrificado e tomou um violento choque que o deixou desacordado. Ele sobreviveu ainda a dois incêndios causados após ele dormir com agulhas de heroína espetadas no braço e o cigarro acesso. O caso mais bizarro foi contado pelo próprio guitarrista em uma entrevista em 2007 ao New Musical Express. Ao ser questionado sobre qual a coisa mais estranha que já havia cheirado, ele respondeu: “Meu pai. Ele foi cremado e não pude resistir a misturá-lo com um pouco de pó. Ele não teria se importado. Caiu muito bem e ainda estou vivo.”
Pai de quatro filhos, dois com Anita Pallenberg, com quem viveu junto por doze anos, e dois com Patti Hansen, e avô de vários netos, Richards hoje divide a vida entre uma confortável mansão nos Estados Unidos, curtindo os filhos e netos, e a estrada, na turnê dos Rolling Stones. Eis aí a receita perfeita para uma boa vida — e que não acaba mesmo após o dia em que o gênio da música se despedir de vez do planeta.
Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:
Tela Plana para novidades da TV e do streaming
O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial