“Fui uma mulher perigosa para os bons costumes”, disse Rita Lee a VEJA
Em maio de 2020, a cantora escreveu um artigo para a seção 'Primeira Pessoa' em que comentava o início da pandemia no país
A cantora Rita Lee, que morreu nesta segunda-feira, 8, lamentou em um texto publicado com exclusividade em VEJA, em maio de 2020, sobre a pandemia e também sobre a censura que ela sofreu no passado pela ditadura militar. A artista abre o texto dizendo que não morreria “desse vírus voodoo” (coronavírus) e que desejava que sua morte fosse “rápida e indolor, de preferência dormindo e sonhando que estou com a minha família numa praia do Caribe”.
Na sequência, ela lembrou que sempre foi considerada uma pessoa do “grupo de risco”. “Pensando bem, eu sempre fui considerada grupo de risco. Desde que entrei para o mundo da música, fui a artista mais censurada na época da ditadura no país, por ser tida como uma mulher perigosa para os bons costumes da família brasileira”, escreveu.
“Sou parte de um grupo de risco saudável e esperançoso, por acreditar que esta pandemia faz parte de um propósito Divino para conscientizar a raça humana a respeitar nossa Nave Mãe Terra de toda a destruição que vem sofrendo, em todas as suas formas de vida. E revelando que a humanidade, sim, é que tem sido o grande vírus, fazendo o Jardim do Éden, nossa Mamãe Natureza, virar o maior grupo de risco”, completou.