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O Som e a Fúria

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Kiss cobra 3,7 mil reais para tirar foto com fãs sem contato físico

O encontro dos artistas mascarados com os fãs nos bastidores se tornou um negócio lucrativo, e a banda não está sozinha ao explorar esse filão

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2022, 13h47 - Publicado em 29 abr 2022, 13h20
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  • Não tem sido lá muito agradável a experiência dos fãs do Kiss que dispuseram a pagar 750 dólares, cerca de 3,7 mil reais na cotação atual, para chegar pertinho dos integrantes da banda nos shows do Brasil e tirar uma foto com eles. Isso porque vigora uma espécie de cinturão de segurança entre o grupo e suas tietes: Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Singer e Tommy Thayer surgem nos bastidores com o figurino completo, mas ficam atrás de biombos de acrílico que impedem o contato físico com o público. A medida de segurança – alegadamente, para evitar o contágio de Covid – no entanto, não é exclusividade do Brasil e tem sido assim em todas as apresentações da banda pelo mundo. O resultado são fotos bizarras que poderiam muito bem ter sido tiradas em um museu de cera. A medida visa evitar abraços, mas, depois das fotos, o grupo se aproxima dos fãs para autografar discos e objetos.

    Praticamente todos os artistas têm o hábito de receber o público nos camarins para fotos e autógrafos. O gesto costumava ser grátis, ainda que geralmente direcionado aos fãs mais aguerridos, mas nos últimos anos virou um negócio bastante lucrativo, com a cobrança de pequenas fortunas pelo direito ao momento especial com os artistas. Chamado de Meet & Greet, o pacote costuma incluir – além da visita ao camarim – a possibilidade de entrar no local do show antes da abertura dos portões, ver a passagem de som e garantir o melhor lugar para assistir ao show. De Metallica a Avril Lavigne, todos já cobraram por isso. Para conhecer os músicos do Metallica no Brasil, por exemplo, o valor não sairá por menos de 10 mil reais.

    https://www.instagram.com/p/Cc292OFu117/

    O problema é que, a partir do momento que o encontro com o ídolo se transforma em um negócio, o público se sente empoderado para exigir seus direitos de consumir, oras. Um exemplo bizarro foi o encontro com Avril Lavigne. O Meet & Greet da cantora no exterior virou piada porque ela proibiu que os fãs encostassem nela. O resultado foram fotos hilárias das pessoas tentando chegar o mais perto possível dela, mas sem encostar. Programa mais micado, impossível.

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    Por outro lado, há artistas que transformam a experiência em algo memorável. Anitta, por exemplo, abraça os fãs, conversa, dá beijos. Enfim, ela vai além de um compromisso puro e simples. Outros artistas, como Jão, doam todos os valores arrecadados com o encontro para ONGs de adoções de animais.

    Neste sábado, 30, o Kiss fará o show da turnê de despedida End Of The Road em São Paulo. A pegadinha aí é que talvez a banda jamais acabe e esteja destinada a virar uma espécie de franquia – seguindo com outros músicos maquiados tocando os hits da banda. Em entrevista a VEJA, em maio de 2021, Paul Stanley chegou a cogitar a ideia. “Seria tolo crer que só eu posso fazer isso. Nunca fomos tão bons quanto somos agora, mas como dizer quem é insubstituível ou não?”, afirmou. Quando isso acontecer, daí, de fato, não haverá mesmo diferença entre uma foto com o ídolo ou em um museu de cera.

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