Fundado e liderado pelo multi-instrumentista australiano Kevin Parker, o Tame Impala se firmou desde a sua criação, em 2007, em Perth, na Austrália, como uma das bandas mais criativas e inovadoras bandas do rock progressivo e psicodélico do século XXI. Em turnê com seu último álbum de estúdio, The Slow Rush, lançado em 2020, o grupo se apresentará no sábado, 25, no Lollapalooza Brasil. O show, no entanto, quase foi cancelado. Há duas semanas, Parker fraturou o quadril durante uma meia-maratona e precisou colocar pinos de metal. Sem poder caminhar direito, ele afirmou, no entanto, que não cancelaria nenhum show. Recentemente, se apresentou no México, no Chile e na Argentina usando muletas. Em entrevista a VEJA, o músico contou sobre como será o show no país e da adrenalina de subir ao palco. “Sinto dor, mas vale a pena”, disse. Leia a seguir os principais trechos.
Durante uma meia maratona você fraturou o quadril e precisou colocar pinos de metal. Isso seria motivo mais que suficiente para cancelar toda a turnê, mas você seguiu adiante de muleta no México e agora no Lollapalooza Brasil. Como está a sua recuperação? Está indo bem, eu acho. É uma experiência diferente. Eu não tinha ideia de como seria subir no palco de muletas. Mas fazer show é como estar em outro mundo. É como se eu não me sentisse uma pessoa normal e dois mundos se unissem. É difícil descrever a sensação.
A adrenalina do show espantou a dor? Fiquei preocupado que eu pudesse me deixar levar pela adrenalina, fazer algo estúpido e me machucar novamente. Isso não aconteceu até agora. Sinto dor, mas vale a pena.
Correr maratonas requer um preparo adicional. O que aconteceu? Não acho que me exercitei da maneira correta. Evidentemente, meu corpo demonstrou que fiz da maneira errada. Mas não desistirei de correr e farei melhor da próxima vez.
O Tame Impala se apresentou no Brasil em 2003 em um local pequeno. Em 2013 voltou ao Brasil para um show no Lollapalooza. Agora retorna ao festival como uma das principais atrações. Que memórias guarda do país? Todas as vezes foram mágicas. Na primeira vez que estive no Brasil, foi como um redemoinho de emoções. Nunca encontrei fãs mais animados do que vocês por aí e desde então nossa base de fãs só cresce. Tenho um pressentimento que desta vez será uma das melhores apresentações que farei.
O Pink Floyd foi uma banda que influenciou muito o Tame Impala. Qual foi o impacto que The Dark Side of The Moon, que completou 50 anos este mês, teve na banda? É impossível não ser influenciado pelo Pink Floyd. Mesmo que você nunca tenha ouvido, a música deles já faz parte do mundo. Eles são pioneiros. Me inspiro neles, especialmente no visual e no conceito.
O Tame Impala assina também a trilha sonora do filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes. Você jogava RPG na juventude? Não. Foi um amigo meu que contou tudo sobre o jogo e eu até fiquei animado para jogar. Eu realmente respeito como as pessoas se divertem usando puramente a imaginação. A música fala sobre uma batalha triunfante. Eu sempre gostei do glorioso rock progressivo dos anos 1970. É uma boa oportunidade de fazer música desse tipo sem passar vergonha.
Para além do rock progressivo, você já disse ser fã de música pop como Britney Spears e Kylie Minogue. Como você mistura o pop com rock? Amo música pop, gosto da sensibilidade das letras. Em todas as minhas músicas, acho que há alguma tendência pop. Não há outro tipo de música como a música pop e a maneira como ela afeta o coração das pessoas.
Após o lançamento de Slow Rush, em 2020, você já está trabalhando em um novo álbum de inéditas? Sempre. Estou experimentando alguns sons e gravando algumas coisas.