Paul McCartney promete reunião dos Beatles via inteligência artificial
Cantor tem utilizado o recurso tecnológico para recuperar gravações de John Lennon desde o documentário 'The Beatles: Get Back', de 2021
Em 1969, John Lennon deixou os Beatles e selou o início do fim da banda, cujo anúncio chegou após alguns meses. Cinquenta anos e duas mortes depois, Paul McCartney agora espera realizar o impensável: uma última gravação do grupo. Com o auxílio da inteligência artificial, ele extraiu o timbre de Lennon de uma gravação oferecida por Yoko Ono, e assim finalizou uma composição deixada pela metade, que deve ser lançada ainda em 2023.
O anúncio foi feito no talk show Today, da emissora BBC Radio 4. McCartney não divulgou o nome da canção, mas especula-se que a escolhida seja Now and Then, serenata composta por Lennon em 1978 — dois anos antes de seu assassinato — e gravada pelo artista em uma fita intitulada For Paul (Para Paul, em tradução livre). Nela, o músico deu voz e acompanhamento de piano a composições inéditas. Duas delas, Free as a Bird e Real Love, foram gravadas pelo trio sobrevivente na segunda metade dos anos 1990, quando a série de compilações Anthology foi produzida. Na ocasião, Now and Then quase foi completada, mas foi desaprovada por George Harrison.
Em 2012, McCartney já havia demonstrado interesse em completar a faixa, afirmando à BBC Four que ainda se juntaria com o produtor Jeff Lynne e a completaria “um dia desses.” O avanço tecnológico que possibilita o sonho de Paul ocorre dois anos após o documentário The Beatles: Get Back, no qual a IA foi utilizada para reconhecer as vozes dos participantes da banda e separá-las dos sons ao redor, assim restaurando áudios danificados de antigamente. Em sua última turnê, o cantor utilizou o mesmo recurso para resgatar os vocais isolados de Lennon na música I’ve Got a Feeling, o que possibilitou que ele novamente cantasse um “dueto” com seu velho amigo.