Por que o aguardado show de Rihanna no Super Bowl frustrou os fãs
Mestre em manejar expectativas, a cantora retornou aos palcos após um hiato de sete anos
Há meses que não se falava em outra coisa no mundinho pop a não ser sobre o grande retorno de Rihanna aos palcos após um hiato de sete anos. A apresentação aconteceria em grande estilo: no incontornável show do intervalo do Super Bowl, a grande final do futebol americano, para uma audiência de bilhões de pessoas. As expectativas estavam nas alturas, afinal, a cantora havia lançado duas canções inéditas, Born Again e Lift Me Up (esta última indicada ao Oscar de melhor trilha sonora), ambas da trilha sonora do filme Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, e havia uma esperança entre os fãs de que o show serviria ainda para o anúncio de álbum de inéditas e uma turnê mundial.
Os anos longe do palco não diminuíram em nada a paixão dos fãs pela cantora, pelo contrário, apenas ajudaram a aumentar o interesse nela. Rihanna, como ninguém, soube manipular nos últimos anos essas paixões, alimentando expectativas e criando um burburinho além do normal pelo seu retorno. Neste domingo, 12, o grande dia chegou e o resultado ficou aquém do esperado em um show protocolar que não incluiu as faixas inéditas e nem teve convidados especiais. E, o pior dos pecados, ela nem se preocupou em disfarçar o playback. Em resumo: uma frustração para quem esperava um retorno triunfal. Rihanna, no entanto, acertou em cheio ao incluir um remix em ritmo de funk da música Rude Boy, feito pelo brasileiro DJ Klean, e foi certeira ao privilegiar um setlist só de hits. Além disso, ela também protagonizou o que talvez tenha sido o momento mais fofo e bonito da história do Super Bowl, o anúncio, em grande estilo, da sua nova gravidez. Insuperável.
A polêmica questão do playback, no entanto, é retomada a cada apresentação do Super Bowl. A maioria das artistas, que tem que dançar e cantar ao mesmo tempo, privilegia a performance ao canto. Esses mesmos artistas, pelo menos, tentam disfarçar que estão dublando a própria voz. Rihanna não. Em vários momentos ela simplesmente tirava o microfone da boca e sua voz continua soando nas caixas de som, causando um estranhamento no público. Com aproximadamente 15 minutos de duração, os shows do intervalo do Super Bowl costumam ser grandiosos e compactos. Pode parecer pouco tempo, mas nestes poucos minutos, Michael Jackson, Madonna, Beyoncé e até Katy Perry fizeram história. A lista de apresentações ruins também é grande, com destaque, veja só, para o ex-beatle Paul McCartney, que apesar de histórico, não causou comoção. Também figura na lista Black Eyed Peas, Maroon 5 e Justin Timberlake com Janet Jackson.
Bilionária, dona da marca de cosméticos Fenty Beauty, a carismática Rihanna aproveitou o show para uma sacada de marketing de fazer inveja na Apple, que patrocinou a apresentação. Em dado momento, ela parou tudo para simular que estava retocando a maquiagem com seus produtos. Uma ação que deve ter rendido alguns milhões para a sua marca. Rihanna está ciente do poder hipnotizante que exerce sobre seu público e ela é craque em manejar emoções e expectativas como ninguém. Sua apresentação no Super Bowl foi divertida, teve o anúncio da gravidez, marcou o seu retorno aos palcos, mas, infelizmente, não entrará para a história como a melhor apresentação do campeonato.