Uma das vítimas do ataque a tiros contra o acampamento de militantes favoráveis ao ex-presidente Lula, em Curitiba, Jefferson Lima de Menezes, de 39 anos, havia pedido para que alguns militantes que estavam na rua se abrigassem antes dos disparos na madrugada de sábado (28). O relato é de Felix de Barros, amigo de Menezes e diretor da Federação de Transportes do Estado de São Paulo — entidade à qual o Sindicato dos Motoboys do ABC Paulista, presidida por Menezes, é filiado.
“Ele estava deitado e levantou e viu algumas pessoas conversando na rua tomando chá e café e disse: ‘Gente, não dá pra vocês entrarem? Eu estou achando o clima meio estranho'”, conta Barros. “E aí o Jefferson viu um cara passando e fumando um cigarro. Foi esse cara que fez os disparos.” Barros cobrou apuração do crime pelas autoridades paranaenses e conta que Jefferson tem quatro filhos, sendo que um deles tem leucemia e está em tratamento. “Ele deixou tudo pra vir para cá defender o Lula Livre”, disse Barros.
De acordo com boletim divulgado na manhã desta segunda-feira pela Secretaria de Saúde, Jefferson permanece internado na UTI do Hospital do Trabalhador, na capital paranaense. Ele está estável, acordado e respirando sem ajuda de aparelhos. Há chances de ele ser transferido para a enfermaria ainda hoje.
A segunda vítima é a advogada Márcia Koakoski, de 42 anos. Segundo ela, um bate-boca e ameaças de morte precederam o crime. Ela foi ferida no ombro por estilhaços de um banheiro químico atingido por um dos disparos. “Fisicamente não foi grave, mas estou abalada psicologicamente”, disse. Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela polícia mostram um homem efetuando os disparos.