A notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria solto nesta quarta-feira, 19, beneficiado por uma decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), animou o acampamento pró-Lula, montado ao lado da sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Paraná, em Curitiba.
Geralmente vazio durante às quartas-feiras – as visitas a Lula ocorrem nas segundas e quintas – o acampamento foi se enchendo de militantes durante a tarde. Com faixas, bandeiras e foguetório, a militância gritava palavras de ordem a favor do ex-presidente. Uma caixa de som ia explicando aos presentes a decisão de Mello, chamado de “magistrado corajoso” e “imparcial”.
Em alguns momentos, houve correria e lágrimas com informações desencontradas, dando a entender que Lula já estaria na portaria da PF e se preparava para deixar o prédio. “Tá saindo, vou dar um beijo nele”, gritava uma militante vestida com uma camiseta estampada com a foto do ex-presidente. Sem nenhuma figura importante da direção nacional do PT presente, lideranças regionais do partido, do MST e da CUT tentavam organizar o que seria a recepção ao ex-presidente, prometendo a saída do petista “daqui a pouquinho”.
Sem tempo
Porém, não houve tempo hábil sequer para que as lideranças nacionais chegassem ao acampamento. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, chegou a anunciar que estava embarcando para Curitiba e o advogado Cristiano Zanin estava em voo para a capital paranaense quando Toffoli enterrou as chances de Lula ser solto por volta das 19h50.
Na frente da PF, lágrimas e palavras de ordem por resistência. Alguns militantes mais exaltados falavam em tirar Lula “à força”. Outros trocavam ofensas com membros do Movimento Brasil Livre (MBL) que se concentravam a alguns metros dos militantes lulistas.
No começo da noite, a maioria dos militantes já tinha ido embora e os demais se aglomeravam no acampamento Lula Livre cantando e esperando a chegada das lideranças petistas.