Volta e meia me atormentam com esses desafios, tipo quem foi melhor: Romário ou Ronaldo Fenômeno, Djalminha ou Riquelme? Mas agora chegou a minha vez de perguntar, mas trago uma questão bem “facinha”: o que é melhor, admirar uma foto recebida pelo zap que mostra uma bela seleção brasileira, de 1967, ou assistir a um dos piores Botafogos da história jogar contra o Nova Iguaçu?
Desliguei a tevê para conferir a escalação do time que papou a Copa Rio Branco após três empates com o forte Uruguai, de Pedro Rocha. Mais uma vez constatei o que já estava cansado de saber, como era fácil montar uma seleção naquele tempo! Que fartura! Nessa, o técnico Aymoré Moreira convocou Félix, Jurandir, beque central do São Paulo, Roberto Dias, quarto zagueiro também do São Paulo, Sadi, do Inter, e Everaldo, do Grêmio, Piazza, Dirceu Lopes e Eduzinho Coimbra, Paulo Borges, do Bangu, Tostão e Hilton, do Cruzeiro.
Reparem que não há jogadores, por exemplo, de Santos e Botafogo, duas máquinas da época. A fartura era tanta que três anos depois a seleção de 70, a maior de todos os tempos, só mantinha Félix, Everaldo e Piazza entre os titulares, campeões do mundo. E em 67, aos 17 anos, eu estreava pelo Botafogo! Admirava todas essas feras e consegui me inserir nesse grupo. E, hoje, me irrita essa história de ficar poupando jogadores jovens para não queimá-los. Se é bom, coloca para jogar! Com essa mentalidade eu não teria ido para a Copa, Pelé e Coutinho não seriam titulares do Santos.
Hoje, fazem revezamento para não desgastar os fofinhos, proíbem treinos de cobranças de faltas para evitar contusões e outros mimos. É um excesso de zelo que criou uma geração mimada, de coxudos, que com todo o vigor físico ficariam na roda de bobo para essa seleção de 67. Como de costume, deixo para o final as pérolas dos “analistas de computadores”! Ouvi um deles dizer que o time joga em linha, com ultrapassagens por fora e por dentro! Só falta chamar a costureira para deixar todos alinhados!