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Paulo Cezar Caju

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O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
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Que falta fazem os “fominhas” do futebol

Esse tipo de jogador, ousado e rebelde, foi perdendo relevância, mas é sempre a ele que os treinadores recorrem quando o bicho pega

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 set 2021, 14h19 - Publicado em 13 set 2021, 14h18

Na jogada do gol do Corinthians contra o Atlético Goianiense, Roger Guedes abriu para receber a bola, mas o menino Gabriel Pereira preferiu arriscar o drible, se livrou de dois adversários e fez o gol. Se perdesse certamente reclamariam. O fominha tem feito falta ao futebol atual porque o fominha costuma ser ousado e rebelde, não ouve ninguém e arrisca. E em muitos casos é melhor ser surdo que ficar ouvindo as baboseiras dos professores à beira do campo.

Os atacantes normalmente são mais fominhas e me lembro do Mirandinha, que passou pelo Botafogo e foi o primeiro jogador a defender um clube inglês. Luisinho, do América, também era. E os pontas, por eles, não dariam a bola para ninguém. Existiu alguém mais fominha que o Garrincha? Ia, voltava, ia, voltava e fazia a felicidade da torcida. Gosto de ver o Pimentinha, do Sampaio Correia, e dois que se destacaram nessa rodada, Ferreirinha, do Grêmio, e Michael, do Flamengo.

O Michael só passa a bola porque a tabela faz parte do jogo, mas nota-se o prazer que tem pelo drible. E o drible continua sendo a maior arma contra as retrancas que os treinadores armam durante as partidas. Na Copa de 70, tínhamos o Jairzinho Furacão. O Edu, do Santos, estava no banco e desarmava qualquer defesa. Cada clube tinha seu fominha, seu ponta abusado. Sem pensar muito cito Natal, Rogério, Julio Cesar Uri Geller, os Joãos Paulos, do Santos e Guarani, Zé Sergio, Éder, Nilton Batata, Cafuringa, Zezé, Robertinho…e seguiria aqui até amanhã.

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Esse tipo de jogador foi perdendo relevância, mas é sempre a ele que os treinadores recorrem quando o bicho pega. E por falar em fominha, no sábado, assisti dois gols do Tulio contra o Fluminense, que disputam um torneio de máster. Por sinal, Carlos Roberto, meu grande amigo, é o treinador do Botafogo. Rever essa turma da antiga é sempre bom demais, mesmo que os pontinhas estejam enferrujados, correndo em câmera lenta nos moldes no inesquecível Canal 100.

Por falar em Canal 100, o Brasil virou um museu de veteranos: goleiro Fábio, Daniel Alves, Diego Costa, Rafinha, Filipe Luis, Miranda, Hulk… Encerro com as pérolas dos analistas de computadores e prefiro nem comentar: “O goleiro falhou e colocou gasolina na fogueira do jogo”, “O lateral atacou o espaço”, “O Remo está amassando o adversário” e “Os treinadores que estão chegando são timoneiros”.

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