A hora da diversidade é agora
B3 lança guia para auxiliar empresas a realizarem o levantamento de informações sobre diversidade, equidade e inclusão
A agenda focada em diversidade e inclusão continua e continuará sendo relevante e desafiadora para empresas que querem ir além e fugir do discurso simplista. Já abordei nesta coluna o “Guia de Boas Práticas em Diversidade, Equidade e Inclusão”, lançado pela B3, em parceria com a consultoria iO Diversidade – liderada pela querida Rachel Rua, e o Instituto Locomotiva. Agora, retomo o tema para falar sobre um novo guia, o “Mapeando a Diversidade nas Empresas – Desafios e Potencialidades do Censo Corporativo de Diversidade”, que, como no primeiro guia, só foi possível graças ao empenho, conhecimento e comprometimento do excelente time da B3, liderado por Ana Buchaim, Manuela Rodrigues e o Alexandre Kiyohara.
O Censo Corporativo de Diversidade é uma pesquisa quantitativa respondida pelos próprios colaboradores, preferencialmente através de autopreenchimento. A partir disso, gera indicadores numéricos e permite às empresas produzirem indicadores referentes a Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I). Seus resultados devem ser desdobrados em um plano de ação focado em fomentar os pilares de DE&I na empresa, orientando a implementação dessa jornada em cada companhia.
Assim, a iniciativa auxiliará empresas a realizarem o levantamento de informações sobre diversidade, equidade e inclusão e serve para identificar pontos fortes e que merecem atenção. Existe um outro detalhe importante: as companhias brasileiras listadas na B3 precisam divulgar informações relativas à identidade autodeclarada de gênero, raça e/ou cor, faixa etária e outros indicadores de diversidade desde 2023.
E por que o guia é tão importante neste cenário? A temática sobre DE&I ganhou relevância e impactou a percepção das companhias, direcionando-as para a construção de iniciativas que reverberassem as demandas da sociedade, das instituições e das próprias empresas por um ambiente de trabalho mais diverso, equânime e inclusivo. Porém, muitas companhias ainda têm dificuldade na construção do censo interno e na divulgação das informações. Há dúvida sobre como formular as perguntas sobre os indicadores de representatividade, acolhimento e segurança psicológica. Ainda não há um padrão que permita a construção de indicadores comparáveis com os dados populacionais, do IBGE, e os levantados pela empresa no Censo. Então, o guia vem para orientar o que perguntar e como. Só assim, teremos dados consistentes para orientar a jornada de diversidade, equidade e inclusão das empresas.
Por isso é fundamental que as empresas tenham de forma clara a importância da divulgação dos dados para os empregados ao final do Censo, funcionando como forma de reforçar o compromisso da empresa com a diversidade, e garantir um espaço cada vez mais inclusivo e acolhedor. É hora de abrir portas para essa troca de conhecimentos. E é fundamental que a B3 continue no seu papel de provocar o mercado para esse movimento.