Forçados a viver um confinamento em um dos melhores momentos para construir suas carreiras e investir na formação, os jovens brasileiros das classes B e C tiveram que reinventar sua forma de trabalhar, se relacionar com outras pessoas e também de consumir. Passada a fase mais aguda da pandemia, estes jovens agora querem retomar atividades presenciais, mas também seguir aproveitando algumas vantagens que a vida digital proporcionou para trabalhar e fazer compras direto do sofá de casa. Foi de olho neste público, chamado de geração K, que o Instituto Locomotiva realizou sua mais recente pesquisa “O consumidor no pós-pandemia: a força da Geração K”. O levantamento foi feito a pedido da Kwai, empresa do aplicativo de compartilhamento de vídeos que leva o mesmo nome.
A geração K abarca os jovens de 16 a 34 anos das classes B e C, que no Brasil movimentam atualmente mais de R$ 655 bilhões por ano, um valor que se fosse equiparado a um Estado brasileiro seria o segundo mais rico da federação, perdendo somente para São Paulo. Estamos falando de um público que soma 41 milhões de pessoas, o equivalente à metade da população da Alemanha. De acordo com a pesquisa, esta geração é mais digitalizada, escolarizada e ativa economicamente que o restante da população brasileira.
Estes jovens, que ficaram até pouco tempo trancafiados, agora pretendem consumir produtos eletrônicos e roupas mais do que a geração mais velha, a partir de 35 anos. A diferença é que a geração K tende a priorizar marcas que respeitam seus valores independente do preço do produto e estão comprando mais de acordo com o que veem nas postagens de seus influenciadores preferidos.
Essa realidade está traduzida em números. Segundo o levantamento, a geração K se identifica mais com marcas (72%) do que a geração mais velha (66%) e leva mais em conta as marcas do que o preço. Essa identificação vem acompanhada da valorização de marcas que respeitem a diversidade e que trazem elementos do dia a dia, fatores considerados importantes para 84% dos jovens de classe B e C. Os mais jovens também levam mais em conta as indicações de influenciadores digitais na hora de consumir, com 60% deste público admitindo já ter consumido algo por indicação de um influenciador. No público mais velho, essa porcentagem chega a 47%.
Em outras palavras, é um grupo que mostra a que veio e não teme se posicionar na hora de comprar, ou mesmo boicotar, marcas. Eles querem também ficar em dia com o que dizem seus influenciadores preferidos, ou pelo menos levar em conta a opinião deles. E aí entra o papel das plataformas de compartilhamento de conteúdo que são as redes sociais, cada vez mais presentes no dia a dia, como a Kwai.
Mais do que um espaço de vídeos engraçados ou de fotos bonitas, essas plataformas estão se tornando uma referência da vida social, influenciando costumes e comportamentos e, em muitos casos, criando preferências de consumo (que jogue a primeira pedra quem não comprou nada que viu nas redes ou não experimentou uma receita que passou pelo seu feed durante a pandemia).
Quem não se atentar a isso pode correr o risco de ficar irrelevante em um mercado com potencial de bilhões de reais movimentado por um público consumidor que está definindo as marcas que vai consumir para o resto da vida, e que pode estar, literalmente, à distância de um simples rolar de tela .