A dobradinha de Pacheco e do presidente da Fiesp contra o Banco Central
Agentes econômicos voltam a suplicar por cortes nas taxas de juros
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, fizeram uma dobradinha contra a gestão do Banco Central no campo dos juros em evento na manhã desta segunda-feira, 8. O chefe da indústria paulista abriu o caminho ao afirmar que “os técnicos” argumentam que a precondição para os juros caírem é a melhora no campo fiscal, mas alegou que os maiores inimigos da política fiscal são justamente os juros. “Os juros são os causadores dos problemas fiscais. Ao empobrecerem o país, diminuem a capacidade de crescimento e de arrecadação, além de aumentarem a necessidade de o Estado socorrer as pessoas que ficaram fragilizadas pelo não crescimento da economia causado pelo aumento dos juros reais. O Brasil precisa romper esse ciclo sob a pena de não continuar crescendo”, justificou.
A indústria deu o palco e o presidente do Senado endossou o pedido por cortes nos juros. Pacheco evitou criticar diretamente a gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ressaltou que o Senado foi o precursor do projeto de autonomia da entidade, mas não deixou de dizer que o cenário macroeconômico permite que o BC diminua a taxa Selic. “No momento em que temos um novo governo, a apresentação de um novo arcabouço em vias de ser aprovado, a perspectiva de uma reforma tributária, o arrefecimento da inflação e o câmbio controlado, vejo como absolutamente possível que haja uma redução gradativa na taxa de juros a partir de agora”, afirmou na reunião da Fiesp.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic a 13,75% na última semana pelo nono mês consecutivo. O órgão alega que o processo de queda nos núcleos de inflação é mais lento do que se esperava e que a entidade vai se manter firme no combate aos preços mais altos.
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