Indicado por Jair Bolsonaro (PL) à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn participou de sabatina com membros da instituição neste domingo, 13. A análise de fontes envolvidas no processo é de que o ex-presidente do Banco Central foi bem recebido e tem predicados suficientes para assumir a posição, mesmo com certa resistência da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao nome.
Para o ex-ministro da Fazenda em governos petistas, Guido Mantega, é importante que o escolhido saiba coordenar esforços para o desenvolvimento da região em um momento de retração da economia global. “O BID é importante porque ele financia toda a América Latina. Ele financia projetos de integração entre países, como uma rodovia que pode unir, por exemplo, a Argentina ao Brasil. Ele estimula a integração e as parcerias na América Latina”, afirma ele. “Nós sabemos que o financiamento é um problema para todo o mundo, principalmente para os países emergentes, como a Argentina, que tem carência de investimento e de recursos.”
Mantega reclamou, ainda, da falta de diálogo com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, na escolha de Goldfajn, indicado pelo atual governo às vésperas do segundo turno das eleições. Para ele, o banco de investimento é visto como válvula de escape para aumentar as obras em infraestrutura na América Latina. “Existe uma tendência de retrocesso global que vai afetar os países da América Latina que são exportadores para outros países. Diante disso, eles precisam reagir, e o investimento interno é, digamos, a melhor maneira de fazer isso”, afirma. “Temos que aumentar o investimento no país e na região, seguindo os exemplos do que fizeram a China e a Índia.”
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