Os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira Sicupira e Marcel Telles, o trio fundador da 3G Capital e que detém cerca de 30% da Americanas, também são acionistas relevantes da gigante de bebidas Ambev. A participação gira em torno de 20% por meio a AB InBev, uma holding que é a maior cervejaria do mundo em volume vendido. Para alguns analistas, contudo, é improvável que a companhia seja vítima de um caso similar ao da Americanas. O banco Credit Suisse aponta que a Ambev não tem exposição a operações de financiamentos de fornecedores e que tem sólida geração de caixa e de capital de giro, ao contrário da Americanas.
Além disso, os analistas do banco acreditam que o chamado “trio 3G” não deve exigir dividendos extraordinários da Ambev para uma eventual injeção de capital na Americanas. “A nosso ver, esse cenário é altamente improvável, uma vez que o trio 3G está vinculado a um acordo de acionistas válido até 2034 e, portanto, sujeito a algumas restrições. Consequentemente, o acordo restringe os acionistas a transferirem suas participações fora dos cessionários ou afiliados permitidos”, escrevem em relatório. No acumulado do ano, os papéis da Ambev recuam na casa dos 7%.