Rivais no comércio de móveis e artigos para o lar, as empresas Mobly e Tok&Stok podem estar caminhando para a unificação de seus negócios. Após a publicação de uma reportagem do portal Pipeline, a Mobly declarou, por meio de fato relevante divulgado nesta sexta-feira, 10, que manteve conversas recentes com a concorrente, mas ressaltou que não há, neste momento, “qualquer acordo vinculante, de exclusividade ou envio de qualquer oferta referente a uma fusão”.
A fusão é vista pelo mercado como uma possibilidade de elevar a penetração da Mobly no país e aliviar o caixa da Tok&Stok, que se viu numa situação delicada pela falta de capital de giro e escassez de crédito, admitindo a falta de pagamento do aluguel de lojas em shopping centers e de seu centro de distribuição — até por isso, a empresa contratou, nas últimas semanas, a consultoria Alvarez & Marsal. Antes disso, em 2021, a Tok&Stok se viu obrigada a desistir de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de valores. Em setembro de 2020, quando apresentou sua intenção de abrir capital, a dívida bruta anualizada da empresa era de 289,2 milhões de reais — sua receita era 668 milhões de reais em igual período.
Para Alberto Serrentino, da consultoria Varese Retail, as duas empresas têm a ganhar com uma eventual união, com a Mobly podendo se aproveitar da capilaridade de lojas da Tok&Stok no país. “As sinergias existem. A Tok&Stok tem uma base instalada de lojas muito mais robusta e a Mobly, por sua vez, tem uma plataforma digital mais desenvolvida. Os dois negócios juntos poderiam concentrariam mercado e ganhariam participação”, aponta ele.