Boulos diz que privatização da Sabesp é agora ou nunca, pois ameaça barrar
Pré-candidato afirma que a empresa não precisa ser privatizada para dar lucro aos acionistas
O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos disse que, se for eleito e a Sabesp ainda não tiver sido privatizada, vai sepultar o processo. “Se a Sabesp não for privatizada neste ano, no ano que vem, ela não será mais, porque a prefeitura não será conivente com isso”, disse em fala no Teatro Oficina, em São Paulo, neste sábado, 23. Independente da eleição, Boulos vai seguir articulando um impedimento à privatização, vide iniciativas como a contestação no Supremo Tribunal Federal bancada por seu partido, o PSOL, e o PT, em outubro de 2023.
O evento foi precedido pelo apoio de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, à candidatura de Boulos. Ao lado de Marina, o deputado chamou a Sabesp de “joia da coroa, a maior empresa de saneamento da América Latina”, e afirmou não haver qualquer justificativa para a privatização. Para Boulos, uma empresa de economia mista que dá lucro ao estado e a seus acionistas privados e que presta um bom serviço não teria porque ser passada ao setor privado em sua totalidade.
Além da questão da Sabesp, Boulos aproveitou a presença no Teatro Oficina para criticar a especulação imobiliária na cidade de São Paulo, que estaria impedindo a construção do Parque do Rio Bixiga nas proximidades do teatro. Se eleito, Boulos prometeu tirar o parque do papel após décadas de mobilização por parte do Oficina e de seu antigo proprietário, o ator e dramaturgo Zé Celso, falecido em 2023. Na avaliação de Boulos, o mercado imobiliário não é de todo mal, mas deve ser limitado pelo poder público municipal para a promoção do bem comum.
O evento no Teatro Oficina marcou o início de uma série de encontros temáticos em que militantes irão auxiliar a campanha de Boulos a formular seu programa de governo. Inaugurando a série, o meio ambiente e as mudanças climáticas foram elegidos como temas prioritários. Os encontros devem ocorrer até o mês de julho, quando se iniciam as convenções partidárias visando as eleições municipais. Também foi lançado um aplicativo em que paulistanos poderão enviar sugestões ao plano de governo e votar nas propostas de sua preferência.