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BR Distribuidora ameaça investidores de CRI do prédio Lubrax

Empresa quer alterar condições de remuneração dos títulos no meio do contrato alegando que paga caro no aluguel

Por Josette Goulart 30 jun 2021, 10h23

A BR Distribuidora pediu aos investidores de cinco séries de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) que façam uma proposta para um desconto na remuneração dos títulos e com isso reduzir o valor dos alugueis que a empresa paga pelo prédio Lubrax, que ocupa no Rio de Janeiro e que foi construído sob medida para a empresa. A BR inclusive ameaça ir à Justiça casa não consiga os descontos. O caso está deixando o mercado de CRI em polvorosa. Se a moda pega, bilhões em títulos poderão perder valor de uma hora para a outra. Segundo especialistas, a BR não poderia pedir esta revisão já que o prédio foi construído sob encomenda, o chamado built to suit, e a empresa sabia que os seus alugueis futuros seriam entregues a uma securitizadora. Os CRIs que a BR quer mudar são remunerados pelo IPCA mais 5% e os títulos vencem em 2031.

A empresa alega que desde 2011, quando fez o negócio para a construção do prédio, a economia só piorou e que a situação do mercado de aluguel se alterou. A empresa também informou que o valor justo do aluguel seria de 2,34 milhões por mês. Em dezembro de 2020, pagava 5,4 milhões de reais. Ou seja, a empresa alega que paga 130% a mais do que o valor justo. Os investidores, no entanto, quando compraram os títulos, tiveram como garantia o nome da BR Distribuidora, que é a empresa que paga o aluguel e fechou um contrato de 18 anos. A valores de hoje, os CRIs com lastro nos alugueis da BR valem 600 milhões de reais.

A empresa foi privatizada há dois anos e  parte das ações da Petrobras foi vendida de forma pulverizada no mercado. A estatal ainda mantém 37,5% das ações da empresa, mas que estão sendo vendidas exatamente nesta quarta-feira, 30, em um negócio estimado em 11,5 bilhões de reais.

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