Caixa barra plano de recuperação judicial do grupo Bertin
Grupo tem dívidas de 7 bilhões de reais e propôs pagar 15% em 15 anos
O Grupo Bertin teve seu plano de recuperação judicial reprovado em assembleia de credores que terminou no início da noite desta terça-feira, 8. A proposta foi barrada pela Caixa, que informou que o plano era ilegal por ter sido apresentado no curso da própria assembleia geral de credores, sem prazo hábil para análise. “Portanto, o voto da Caixa é contrário ao Plano Consolidado”, disse o banco na assembleia. A AB Concessões também votou contra.
A proposta do grupo era consolidar o pagamento de uma dívida 7 bilhões de reais de 9 empresas e pagar apenas 15% em um prazo de 15 anos. O restante, 85%, seria pago com debêntures perpétuas a depender da geração de caixa. O plano consolidado está baseado na operação da construtora Contern. A proposta da Contern é a de sobreviver com contratos para obras da SPMar, que é dona de um trecho de concessão do Rodoanel e também pertence ao grupo Bertin, mas tem sua própria recuperação judicial. A SP Mar já teve seu plano aprovado, inclusive pela Caixa.
A Caixa é credora de cerca de 3 bilhões de reais devidos pela SPMar. Mas como a Heber, uma das nove empresas do grupo Bertin, é avalista do empréstimo, o banco acabou como credor das duas recuperações. Por conta desse cruzamento, o Bertin vai tentar argumentar na Justiça que a Caixa teve um voto abusivo, já que está contemplada na recuperação da SPMar. Se conseguir, o plano estaria aprovado pelo restante dos credores.