A Braskem reverteu o lucro de 3,5 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2021 para um prejuízo de 1,1 bilhão de reais no terceiro trimestre de 2022. Os números decepcionaram bastante o mercado financeiro. Por volta das 17h30 desta quarta-feira 9, as ações da companhia caminhavam para amargar uma queda de 5,5% na bolsa de valores. Para alguns bancos, uma combinação de fatores ajuda a explicar o momento ruim da empresa que apresentou a maior valorização do Ibovespa em 2021. “Durante o trimestre, quase todos os spreads foram reduzidos em uma combinação de menor demanda global, aumento da oferta, inflação e maiores custos de matérias-primas, que devem ser mantidos no curto prazo”, avalia o UBS.
Sobre a venda das participações de Petrobras e Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem, que equivalem a cerca de 75% do capital da empresa, os analistas preveem que o cenário ruim pode dificultar a venda nos patamares ventilados no mercado – algo entre 45 bilhões e 50 bilhões de reais. “Acreditamos que esse ambiente deve ofuscar as notícias recentes de que investidores em potencial estariam dispostos a adquirir a empresa, embora nosso cenário base permaneça que a Novonor tenha limitado incentivos para concluir o desinvestimento”, diz o banco.
Já o Bradesco BBI avalia como improvável a operação por parte da Petrobras. “Acreditamos que as chances de venda da Braskem tenham diminuído significativamente. Nosso cenário base é que a Petrobras não venderá sua participação de 36% na Braskem; portanto, encontrar um comprador disposto a se unir sob a atual estrutura de acionistas torna-se mais difícil”, conclui. Importante ressaltar que o momento de baixa das ações da Braskem na bolsa pode diminuir o valor das propostas de eventuais interessados.
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