Ao lado do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quer retomar a relação energética entre os dois países, simbolizada pelo abastecimento do estado de Roraima com energia do país vizinho. Ministro de Minas e Energia na gestão de Jair Bolsonaro, quando o abastecimento em questão foi interrompido, Bento Albuquerque vê a aspiração do governo com bons olhos. “O restabelecimento da interligação com a Venezuela, em termos operacionais, é importante para a integração energética de Roraima, provendo mais flexibilidade e segurança energética para ambos os países”, diz em entrevista ao Radar Econômico.
O ministro complementa afirmando que o Brasil não deve dar à Venezuela tratamento diferente do conferido a demais países vizinhos quando o assunto é energia. “Considero a integração energética sul-americana como política prioritária para todos os países”, diz, rememorando casos em que parcerias na região preveniram apagões, como durante a crise hídrica brasileira de 2020 e secas mais recentes na Argentina e no Uruguai.
Quanto ao fato de a transação energética entre Venezuela e Brasil ter sido interrompida sob sua gestão, Albuquerque afirma que o ministério foi pautado por questões puramente técnicas, não ideológicas. “Paramos de receber energia da Venezuela não porque não queríamos, mas porque eles não tinham condições de fornecer, por questões técnicas como falta de manutenção e investimentos, principalmente”, diz. Com isso, o ministro frisa que, a fim de restabelecer o laço, o respaldo por critérios técnicos é fundamental.
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