Crivella vai ter que enfrentar a fila de Katia Abreu para ser embaixador
Bispo ainda precisa também ter o passaporte liberado pelo Supremo
O ex-prefeito do Rio e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, foi o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para ser embaixador na África do Sul, mas não tem nem passaporte para poder viajar, já que está proibido de sair do país por conta de um processo que o investiga por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa. Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere o passaporte de Crivella, ele terá que enfrentar a boa vontade da senadora Katia Abreu. A senadora é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado, que faz a sabatina dos candidatos a embaixadores, e é ela quem decide a pauta da comissão. Perguntada pelo Radar Econômico sobre a indicação de Crivella, a senadora respondeu: “ih, tem uma fila”. Vários cargos-chave de embaixador pelo mundo, por exemplo, estão com vagas em aberto e têm prioridade.
Não custa lembrar também que a senadora é jogo duro nos questionamentos e foi a principal responsável pela reprovação do candidato a embaixador em Genebra, Fabio Mendes Marzano, no fim do ano passado. Marzano se recusou a responder uma pergunta da senadora sobre como a questão ambiental se tornou um obstáculo à celebração do Acordo Mercosul-União Europeia. Marzano quis sair pela tangente, dizendo que isso não seria assunto do escritório de Genebra e acabou sendo reprovado no Plenário do Senado, um caso raro na casa.