Desemprego e safras no lixo: o drama das tarifas na indústria de frutas
VEJA Mercado: presidente da Abrafrutas alerta para os efeitos das tarifas de 50% na indústria de alimentos a partir de agosto
140 mil postos de trabalho e 12 milhões de caixas de manga em 2.500 containers. Esse é o cenário que o presidente da Abrafrutas descreve como dramático para parte da indústria de frutas no Brasil a partir de 1° de agosto. O setor colhe as safras que são exportadas aos EUA justamente no mês de agosto há pelo menos 20 anos, segundo Guilherme Coelho. As tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre as importações brasileiras podem colapsar a indústria exportadora e provocar demissões no país, segundo ele. Em entrevista ao programa VEJA Mercado, ele afirma que a situação é dramática e pede que os alimentos sejam excluídos das taxas de importação. A avaliação é que o mercado interno não seria capaz de absorver toda a produção que seria destinada aos EUA no próximo mês.
“Nós tememos muito perder essas frutas no campo e sem colher por falta de viabilidade econômica. Eu tenho defendido a tese de que alimentos não entrem nessa taxação. Os governos precisam ter espírito público e fazer um gesto de humanidade. Hoje existe insegurança alimentar no Brasil, nos Estados Unidos e no mundo inteiro, e eu temo ver essa fruta estragar no campo. Não é razoável deixar o alimento se perder”, disse. “E se não colher a fruta? O empresário médio, pequeno e grande vai demitir as pessoas que estavam lá para colher”, completou. O programa VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
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Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado: