Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Radar Econômico

Por Pedro Gil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Análises e bastidores exclusivos sobre o mundo dos negócios e das finanças. Com Diego Gimenes e Felipe Erlich
Continua após publicidade

‘Empurrar o IVA goela abaixo dá repulsa’, diz CNS sobre reforma tributária

Crítica da reforma proposta, a entidade defende a volta da CPMF como imposto mais eficaz e expõe dificuldade de conciliação

Por Felipe Erlich Atualizado em 4 jun 2024, 11h00 - Publicado em 11 abr 2023, 11h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Diferentemente da ampla maioria de pautas apreciadas pelo Congresso Nacional, a reforma tributária coloca o protagonismo das divisões partidárias e ideológicas em segundo plano, com interesses setoriais e regionais dominando a discussão. São poucas as matérias que mobilizam uma gama tão significativa de interesses em Brasília, visto que impostos são algo que incide sobre praticamente tudo e todos. No caso do desenho de reforma a ser apresentada, que parte das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 45 e 110, o setor de serviços é apontado como um dos mais insatisfeitos, fazendo pressão por mudanças. A preocupação setorial se reflete na fala de Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS). “Segundo nossos estudos, essa reforma vai aumentar a carga tributária, o desemprego e a inflação, além de reduzir o PIB. Empurrar o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) goela abaixo daria repulsa ao setor de serviços”, diz, em entrevista ao Radar Econômico. A reforma que está sendo pensada substitui até cinco impostos federais pelo IVA, em manobra que deve onerar mais o setor de serviços, mas, segundo o governo, não elevará a carga total paga pelo contribuinte.

    A CNS vê com maus olhos a defesa do IVA por deputados e boa parte dos especialistas. Em vez disso, propõe a substituição da oneração da folha de pagamento por um imposto equivalente à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como era defendido pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes. “O IVA não é um imposto moderno. Por que partimos do pressuposto de que o IVA é bom? Por que não podem ser discutidas alternativas? Apresentamos nossa proposta a FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro e agora Lula de novo, é a nossa Via Crúcis”, diz o presidente da confederação. Vale dizer que o IVA é predominante em organismos fiscalmente desenvolvidos, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a União Europeia. Entretanto, a CNS acredita que a discussão do IVA no Brasil é mobilizada principalmente por lobbies, como os dos setores industrial, financeiro e bancário, que não é simpático à CPMF.

    Segundo Nese, a CPMF traria uma simplificação drástica e bem-vinda do sistema tributário, coisa que o IVA não faria. Além disso, o imposto incidiria sobre segmentos de difícil oneração, como trabalhadores informais e sonegadores. A razão é simples: toda vez que alguém fizer uma transação bancária, pagaria o tributo, algo difícil de escapar. Ainda de acordo com a Confederação, o tributo teria a capacidade de arrecadar 270 bilhões de reais por ano, permitindo a desoneração da folha de pagamento.

    Nese estará presente em audiência promovida pelo grupo de deputados que estuda a reforma nesta terça-feira, 11. “É a primeira vez que o Congresso nos chama para discutir esse assunto. Não sei se vamos ser ouvidos ou não, se a nossa proposta vai repercutir ou não. Ao menos fomos chamados”, diz. A CNS deve apresentar aos deputados seus estudos que indicam um possível aumento de impostos com a aprovação da reforma tributária. Esse deve ser confrontado com os números projetados por Bernard Appy, economista que lidera a discussão dentro do governo.

    Siga o Radar Econômico no Twitter

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.