Um antigo sócio dos Bertin, a Equipav, que hoje é a Empate Engenharia, ganhou uma arbitragem há dois anos por conta da sociedade que mantinham na Cibe Participações. Com a sentença arbitral, a Empate saiu em busca de dinheiro para receber o que estima ser atualmente uma dívida de 40 milhões de dólares e contratou a Black Cube para investigar os Bertin. Como resultado dessa investigação, a Empate agora informa, em um processo judicial nos Estados Unidos que o Radar Econômico teve acesso, que descobriu que Silmar Bertin teria desviado recursos do Brasil via Paraguai para esconder patrimônio nos Estados Unidos e evitar os credores. Além da Equipav, o grupo Bertin tem um processo de recuperação judicial com dívidas de quase 8 bilhões de reais, depois que membros da família foram investigados na Operação Lava Jato.
A Black Cube diz que obteve as informações depois de inúmeras entrevistas com Andrés Gwynn Schaerer, que é o CEO da Marseg, a empresa paraguaia que teria sido usada por Bertin para desviar dinheiro. Essa empresa era usada para abrir contas em bancos americanos e teria sido adquirida pelos Bertin via uma empresa brasileira chamada BSB Participações. A família de Silmar Bertin teria tido acesso a um cartão de crédito de um banco em Miami, que era pago pela empresa paraguaia e usado no Brasil. A movimentação desse cartão teria sido da ordem de 5 milhões de dólares. O dinheiro também tinha conexão com uma empresa chilena chamada Visca, e que é controlada pela Marseg.
A Empate entrou com um processo de reconhecimento de sentença estrangeira nos Estados Unidos para tentar ir atrás desse patrimônio dos Bertin que acredita existir no país. A empresa escolheu o distrito de Nova York alegando que uma das contas está no JP Morgan Chase. Os Bertin foram procurados e não se manifestaram.
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