Presidente e fundador do Eurasia Group, o cientista político Ian Bremmer não está nada animado com a nascitura presidência de Joe Biden, nos Estados Unidos. O presidente do grupo discorre em uma leitura sobre como o mundo falhou em combater conjuntamente a pandemia durante o ano passado, e afirma que o principal desafio de 2021 envolverá a capacidade de reconstrução das economias. Ele classifica os Estados Unidos como uma “nação rachada ao meio” e afirma que, pela própria conjuntura, o mundo não pode contar com os americanos como em crises passadas.
“Nas últimas décadas, o mundo confiaria em nós para restaurar a previsibilidade em tempos de crise, mas a preeminente superpotência mundial enfrenta grandes desafios próprios”, afirma ele. “As questões vão desde o desemprego e a falta de oportunidade econômica, passando por preocupações sobre a eficácia política e longevidade do presidente eleito, Joe Biden”, diz Bremmer. “O futuro do Partido Republicano e a própria legitimidade do modelo político do país, a credibilidade da política externa dos Estados Unidos e a sustentabilidade de sua política interna serão testadas este ano como não foram no pós-guerra.”
Sobre a presidência de Biden, Bremmer afirma que “será o presidente mais fraco desde Jimmy Carter”, que protagonizou políticas econômicas falhas e pai de propostas ineficientes. “O próprio presidente Donald Trump conquistou o segundo maior número de votos populares da história americana, 74 milhões de votos, e os republicanos ganharam votos suficientes para fazer número na Câmara dos Deputados”, diz ele. “Adicione o sucesso de Trump na criação de uma Suprema Corte decisivamente conservadora, mais recentemente com a nomeação de Amy Coney Barrett, substituindo a falecida Ruth Bader Ginsburg. Biden iniciará o mandato sendo o presidente mais fraco desde Jimmy Carter, em 1976”, afirma. “Poucos analistas acreditam que ele concorrerá à reeleição em 2024”.
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