A tragédia climática que acomete o estado do Rio Grande do Sul, destruindo moradias e acumulando mortes e desaparecidos, também é um problema de grandes proporções para os principais agentes econômicos que atuam na região. Ramos como os de alimentos, siderurgia e comércio sofrem quebras de fornecimento e suspensão de atividades em fábricas, maximizando o golpe econômico das inundações no estado, que precisa se reconstruir.
A General Motors (GM) resolveu prolongar por mais três dias a suspensão das operações em sua fábrica no município de Gravataí. Com isso, ficará parada ao menos durante todos os dias úteis desta semana com a justificativa de priorizar a segurança dos funcionários. “A empresa também tem trabalhado em conjunto com o Instituto GM e voluntários para apoiar empregados atingidos e a comunidade com doações em dinheiro, alimentos e roupas, além do empréstimo de veículos para operações de resgate”, diz a montadora em nota ao Radar Econômico.
Já a Gerdau, maior produtora de aço do Brasil e sediada no Rio Grande do Sul, suspendeu a operação de suas fábricas no estado, localizadas nos municípios de Sapucaia do Sul e Charqueadas. Segundo análise da XP Investimentos que coloca a empresa como uma das mais expostas ao desastre ambiental, as instalações paralisadas representam 10% da capacidade siderúrgica do país. Em meio à dificuldade, as ações da companhia caíram 2,9% no acumulado dos dois primeiros pregões da bolsa nesta semana, na segunda e terça-feira.
O setor de alimentos também é apontado pela corretora como significativamente impactado pelas enchentes. A multinacional brasileira BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, está enfrentando interrupções em sua cadeia de suprimentos no estado e acionou um plano de contingência. No entanto, as cinco fábricas da companhia no Rio Grande do Sul estão operantes, mesmo que em menor capacidade, segundo fontes da empresa ouvidas pela coluna.
As ações da varejista Renner estavam performando bem no final da última semana, mas começaram a recuar nos últimos dois dias com a intensificação das notícias sobre as enchentes. Desde segunda-feira, os papéis da empresa, sediada em Porto Alegre (RS), caíram um acumulado de 2,15%. O grupo paralisou temporariamente cerca de 4% de suas unidades em decorrência das enchentes, ocasionando uma perda de faturamento de 1,3 milhão de reais por dia, segundo cálculo da corretora Genial Investimentos.