A PetraGold, empresa carioca que opera no mercado de capitais, entrou na mira da Polícia Federal (PF) por suspeita de crimes financeiros e lavagem de dinheiro, em operação deflagrada na quarta-feira 6. Como mostrou o Radar Econômico, o trabalho de parte dos assessores de investimento da companhia teria sido utilizado para orquestrar um sofisticado esquema de pirâmide, segundo clientes que não conseguem resgatar valores aplicados há anos. A fim de incentivar a captação dos maiores montantes possíveis pelos assessores, hoje sob suspeita criminal de terem sido desviados, a PetraGold organizou um curioso sistema de premiações.
Balões azuis e dourados cheios de dinheiro foram fixados no teto do escritório da empresa e, quem captasse um aporte de ao menos 5 mil reais, tinha direito de estourar um. Assim, o felizardo se banhava em dinheiro. Os prêmios variavam progressivamente conforme o montante que os assessores traziam para a companhia. 5 mil a 50 mil reais davam o direito de estourar um balão azul escuro. 50 mil a 100 mil reais, um balão azul claro. Mais de 100 mil reais rendiam um almejado balão dourado. Agora, o clima de festa na empresa ficou para trás, visto que a 8a Vara Federal Criminal do RJ determinou o sequestro de 300 milhões de reais em bens de Eduardo Monteiro Wanderley, dono da PetraGold, e demais investigados.
Agentes da PF também cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Wanderley. Sob seu comando, a PetraGold realizou investimentos em espaços culturais e esporte, o que a PF classificou como uma tentativa de difundir o nome da companhia. Foi comprado um teatro na abastada região do Leblon, batizado de Teatro PetraGold, e a empresa patrocinou os museus de Arte Moderna (MAM) e de Arte do Rio (MAR). Com o desdobramento da operação da PF, apelidada de Lóris, expoentes da empresa poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e emissão ilegal de debêntures. A pena pode chegar a 30 anos de reclusão.
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