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Novas acusações contra a PetraGold miram uso suspeito de CNPJ e assessores

Financeira investigada pelo MP acumula mais acusações de clientes que perderam seus investimentos de vista

Por Felipe Erlich Atualizado em 4 jun 2024, 10h46 - Publicado em 9 fev 2023, 12h34
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  • A catástrofe envolvendo investidores que fizeram alocações através da financeira PetraGold, no Rio de Janeiro, segue a todo vapor. Clientes do grupo, incapazes de resgatar devidamente seus aportes por conta de uma suposta crise de liquidez aguda, tecem acusações graves quanto à conduta da chefia da empresa e seus assessores de investimento. Uma tentativa da financeira de driblar ações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é apontada por um cliente lesado.  A denúncia é de que a cada suspensão da oferta de produtos da PetraGold pela CVM, fato que já ocorreu três vezes, a financeira passa a operar seu negócio através de uma nova Pessoa Jurídica, em uma tentativa de contornar a decisão e dar continuidade à oferta. Paralelamente, outras denúncias apontam o papel instrumental dos assessores de investimento da empresa no que se trataria de um sofisticado esquema de pirâmide.

    Em relato a um ex-cliente, uma antiga assessora da PetraGold diz que parte de seu processo de contratação consistiu em elencar potenciais clientes que já estavam em sua rede de relacionamentos, além de estimativas de quanto eles poderiam investir. Segundo relatos de indivíduos lesados pela companhia, os assessores partilhavam do mesmo modus operandi, que consistia em oferecer seus serviços para familiares, amigos e amigos de amigos sem qualquer distinção de perfis de investimento. Nesse sentido, uma cliente teria alocado toda a sua poupança em um único produto da empresa a partir de conselho de sua assessora, “colocando todos os ovos na mesma cesta” e contrariando seu perfil altamente conservador para investimentos. Acompanha essa denúncia a alegação, também de uma lesada no caso, de que a maioria dos assessores da PetraGold não possui certificação da CVM para vender os produtos que ofereciam, o que ajudaria a explicar a atitude danosa para com os clientes.

    “Minha assessora ficava me mandando propagandas da empresa, evidenciando o Teatro PetraGold dentre outras ações que fazem a marca aparentar ter credibilidade. Além disso, ela mesma dizia que ia aportar muito dinheiro lá, também tentando passar credibilidade”, conta uma cliente que não consegue reaver dezenas de milhares de reais investidos. A empresa, que ofertou produtos prometendo alta rentabilidade e um risco mínimo, agora é investigada tanto pela Polícia Civil quanto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, acumulando acusações de estelionato e formação de organização criminosa. Entretanto, lesados nos processos criticam a morosidade dos órgãos públicos cariocas, clamando para que os conflitos sejam enfim solucionados. Tentando atenuar a situação, a PetraGold propôs acordos em que seus credores seriam ressarcidos, mas com pagamento das dívidas em 24 parcelas mensais e após 18 meses da assinatura do termo. Desconfiados, credores ouvidos pela coluna resistem em aceitar as condições. Assim, a derrocada caótica da companhia segue sem perspectiva de chegar ao fim.

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