O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que eventuais mudanças na meta de inflação do país não serão temas da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) prevista para esta quinta-feira, 16. A declaração foi feita a jornalistas na portaria do Ministério no fim da tarde da última terça-feira, 14. O índice Ibovespa registrou leve melhora nos ativos depois da fala. Afinal, a declaração diminui os atritos ou alimenta as incertezas no mercado? Se num primeiro momento a indicação foi bem recebida por mostrar que as metas continuarão intactas por mais algum tempo, por outro os investidores sabem que ainda existe uma pressão muito grande em alas do governo por mudanças imediatas nessas metas.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, voltou a afirmar que o partido defende a revisão da meta de inflação e cobrou explicações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Campos Neto tentou mas não explicou o básico no Roda Viva. Por que o juro real no Brasil é mais do que o dobro da segunda maior taxa do mundo? E qual o risco fiscal que temos? Mesmo autônomo, o BC não pode estar desconectado da realidade brasileira e do projeto eleito pelo povo”, publicou em seu Twitter. Em outras palavras, apesar de o assunto não ser tema da próxima reunião do CMN, os burburinhos continuam e o clima de incerteza no mercado permanece elevado em razão da inegável pressão para que o comitê altere as metas o mais rápido possível. Sem previsibilidade, os investidores adotam cautela.
As bolsas asiáticas e europeias, assim como os mercados futuros americanos e brasileiro, negociam em baixa na manhã desta quarta-feira, 15. Os investidores ainda repercutem os números de inflação dos Estados Unidos, que vieram ligeiramente acima das expectativas do mercado e acenderam o alerta sobre possíveis mudanças na condução da política monetária do país.
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