A Texaco e a Perdigão (BRF) firmaram, na década de 1990, uma joint venture em um projeto industrial na Amazônia, a Perdigão Amazônia. O objetivo era implementar o empreendimento em Cuiabá para o cultivo de soja. Mas, de uma hora para outra, a BRF resolveu vender o controle do projeto a terceiros, sem consultar a Texaco. O resultado desse imbróglio judicial é uma dívida multimilionário que a BRF carrega com a Ipiranga, companhia do grupo Ultra que adquiriu a Texaco em 2008. O valor atualizado dessa dívida ultrapassa a marca de 800 milhões de reais. Apesar de a decisão já ter transitado em julgado em 2012, fontes do mercado dizem que a BRF tem feito ‘vista grossa’ e protelado o cumprimento da sentença — a dívida entre as empresas sequer é mencionada em relatórios da companhia.
Atualização: Nesta quinta-feira, 1º, após esta publicação, a BRF emitiu um comunicado ao mercado no qual “esclarece que o processo de liquidação de sentença está ainda em curso, seguindo os trâmites judiciais apropriados e que não há ainda qualquer fixação de
valores. Não obstante, atendendo às regras contábeis, a Companhia mantém em suas demonstrações financeiras provisão devidamente constituída e cujo destino dependerá do deslinde do processo judicial”.
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