O engenheiro e empresário colombiano David Vélez, fundador e CEO do Nubank, decidiu abrir mão do plano de remuneração extra a que tinha direito na companhia. Segundo os termos, o executivo ganharia 1% do total de ações caso os papéis do banco ficassem, em média, a 18,69 dólares na bolsa de Nova Iorque (Nyse) por 60 dias consecutivos, e teria direito a mais 1% caso o mesmo ocorresse ao patamar de 35,30 dólares. Ao abrir mão do bônus, o Nubank estima uma economia de 363 milhões de dólares em efeitos contábeis nos próximos sete anos, uma vez que o banco não vai precisar reconhecer o efeito de uma potencial concessão futura a Vélez. “Espera-se que isso contribua para o forte foco da companhia na eficiência, associada ao ambiente macroeconômico em andamento. O sr. Vélez também reforçou seu compromisso de longo prazo com o Nubank e sua confiança de que sua participação equivalente a mais de 20% do capital social da companhia é suficiente para alinhar seu interesse com o de nossos acionistas no atual ambiente”, explicou o Nubank em fato relevante divulgado ao mercado.
Para alguns analistas, o gesto de Vélez é positivo para a empresa. Importante ressaltar que os objetivos eram ousados, uma vez que o IPO do Nubank foi precificado a 9 dólares a ação, mas um ano depois da abertura de capital na bolsa de Nova Iorque, os papéis negociam na casa dos 4 dólares, em uma desvalorização de 65,5%. “Vemos isso como positivo para os acionistas porque reduzirá as despesas, o que aumenta em 15% nossa previsão de lucro líquido para 2023″, avalia o Itaú BBA, em relatório enviado a clientes. “Todos os esforços contam com o objetivo de melhorar a eficiência. O corte de diluição também envia uma mensagem positiva a todos os acionistas, incluindo executivos, de que Vélez pratica o pensamento de parceria”, conclui.
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