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Radar Econômico

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O que foi tratado no último evento de Warren Buffett

Primeira conferência após a morte de Charlie Munger rende homenagem à dupla dos negócios

Por Felipe Erlich Atualizado em 9 Maio 2024, 15h03 - Publicado em 6 Maio 2024, 18h03

A Berkshire Hathaway, conglomerado de investimentos do bilionário Warren Buffett, realizou sua conferência anual de acionistas no último sábado, 4, com o próprio Buffett comentando temas que vão da economia americana à inteligência artificial. Aos 93 anos de idade, o investidor célebre disse não entender de inteligência artificial (IA), mas a comparou à energia nuclear, frisando seu enorme potencial tanto para o bem quanto para o mal. Ao auditório lotado, em Omaha, Nebraska, nos Estados Unidos, ele mostrou um vídeo gerado por IA em que aparecia falando coisas que nunca disse. Segundo Buffett, nem suas filhas conseguiram identificar que se tratava de algo falso, ilustrando sua preocupação referente à essa tecnologia.

Em relação à conjuntura econômica dos Estados Unidos, Buffett lembrou que a situação fiscal do país, cada vez mais endividado, pode demandar ajustes, como um aumento de impostos. Para ele, esse cenário estimula a venda de ações, com vista a pagar menos impostos agora do que no futuro. A Berkshire, inclusive, se desfez de parte de seus papéis da Apple, argumentando que a exposição à gigante de tecnologia estava demasiadamente elevada. Na presença de Tim Cook, CEO da Apple, que estava no evento, foi dito que o papel segue atraente no entanto.

Buffett se emocionou durante o evento, o primeiro do tipo após o falecimento de Charlie Munger, seu braço direito nos negócios. Na ocasião, a dupla foi comparada a Batman e Robin, e ao Gordo e o Magro, parceiros de décadas. A empresa que os dois ajudaram a construir hoje conta com cerca de 182 bilhões de dólares em caixa. “O caixa é tão grande que eles têm dificuldade para utilizá-lo consideravelmente. Seriam necessários grandes investimentos, o que tem sido difícil de localizar. Mas Buffett não acha que o S&P, indicador do mercado financeiro dos EUA, em geral, está caro”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue, que estava no evento em Omaha. “O evento estava muito cheio. Nunca vi tao lotado, com filas pra tudo, gente da Malásia, Índia, Brasil etc. Acho que é o efeito Munger”.

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