OSX, de Eike Batista, entra com segundo pedido de recuperação judicial
Com dívidas de 7,9 bilhões de reais, a companhia acusa a Porto de Açú de ser negligente com suas operações
Com dívidas de 7,9 bilhões de reais, a OSX, de Eike Batista, ingressou, neste sábado, 20, com um segundo pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. No pedido, a empresa atrela a necessidade de um novo processo de recuperação à administração da Prumo, controladora do Porto de Açú, no Rio de Janeiro, que tem instalações da OSX, companhia de construção naval, em sua área.
A OSX afirma no pedido que, durante o primeiro processo de recuperação judicial, a Porto de Açú atuou de forma “negligente” e “precária” em sua responsabilidade de gerar receita que permitiria o pagamento dos credores — cujas dívidas foram mensuradas, em 2013, em mais de 5 bilhões de reais.
Como mostrou o Radar Econômico, a empresa afirma que a Porto de Açú não tem interesse efetivo na reestruturação da OSX e tem intenções de tomar a área ocupada pela companhia de Eike em suas instalações.
No processo, a empresa elenca uma série de episódios em que argumenta ter sido prejudicada pela gestão da Porto de Açú, como a recusa de firmamento de contratos de locação. A OSX afirma que o segundo processo é fundamental para cumprir suas obrigações com os credores.
Em relatórios feitos pela OSX, aos quais o Radar Econômico teve acesso, a empresa aponta que, nos dois primeiros anos de atuação da nova direção, a companhia ampliou em 700% a receita anual e atraiu 2 bilhões de reais em recebíveis — e mais de 600 milhões de reais em investimentos realizados na área.