Por que a Lei Magnitsky pode ser mais danosa para o Banco do Brasil?
Banco público tem desempenho pior ao de seus pares privados diante do impasse envolvendo as legislações de Brasil e Estados Unidos
O mercado financeiro observa atentamente cada passo dos grandes bancos para dimensionar o possível impacto da Lei Magnitsky ao setor. As instituições financeiras estão diante de um impasse em que podem ser punidas tanto por Brasil quanto por Estados Unidos. De um lado, o STF ameaça punir os bancos que aplicarem sanções a cidadãos brasileiros com base em atos unilaterais estrangeiros. Do outro, os americanos preveem duras penas caso as instituições com sede nos EUA não respeitem a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes. No olho do furacão está o Banco do Brasil. Na última terça-feira, 19, os papéis do banco público caíram 5% e tiveram desempenho substancialmente pior ao de seus pares privados.
Analistas acreditam que o BB pode estar mais exposto a possível punições dos Estados Unidos. “O funcionalismo público tem presença maior no Banco do Brasil. Por ter um controlador estatal, ele está mais suscetível a se inclinar à legislação brasileira enquanto o setor privado pode encontrar outras formas de mitigar os prejuízos”, afirma Nícolas Merola, analista da EQI Research, em entrevista ao Mercado. “Uma hipótese para os bancos privados é encerrar as contas de cidadãos sancionados alegando outras razões para tal. Como o Banco do Brasil tem a presença do Estado, o risco de uma linha de proteção aos ministros ser adotada é maior”, conclui. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
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