A Associação de Produtores de Soja do Piauí (Aprasoja-PI) tem recebido reclamações de diversos produtores rurais, há mais de décadas no estado, sobre uma mudança de comportamento em relação à postura da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, no Piauí.
Segundo relatos ouvidos pelo Radar Econômico, servidores do órgão têm manipulado o sistema de georreferenciamento — utilizado para se mensurar o tamanho das terras — e entrar com recursos para pleitear áreas de produção.
Apesar de não servir como um certificado de posse, segundo a denúncia ouvida pela Aprasoja, o georreferenciamento vem sendo utilizado por posseiros e grileiros para apresentar confrontações de propriedade e tomar terras produtivas. Segundo as denúncias, a área atingida ultrapassa 50 mil hectares. Para a realização das medições, técnicos do Incra precisam ir a campo para medir as propriedades rurais. Segundo levantamentos internos da Aprasoja, as medições fraudulentas teriam sido realizadas de madrugada — sem autorização ou conhecimento dos proprietários.