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Tensão entre Lula e BC ganha novos capítulos, mas segue sem fim à vista

Disputa entre Lula e Campos Neto tem arrefecimento e vem acompanhada de aceleramento de reformas

Por Felipe Erlich Atualizado em 4 jun 2024, 10h37 - Publicado em 18 fev 2023, 09h47

VEJA Mercado | Fechamento da semana | 13/02 a 17/02

O enfrentamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à gestão do Banco Central, mais especificamente ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, ganhou novos capítulos na última semana e continua sem desfecho. O petista, que já tensiona sua relação institucional com o banco chamando Campos Neto de “esse cidadão”, resolveu amenizar seu discurso, mas não sem incentivos. Em entrevista à CNN Brasil na quinta-feira, 17, Lula disse não ter interesse em brigar com o economista e reforçou que ele tem mandato – portanto sugeriu que Campos Neto permanecerá no posto por mais dois anos. Contudo, também aproveitou para frisar que, ao final da gestão atual do BC, em 2024, considera a possibilidade de rever a autonomia do banco, conquistada a duras penas. Apesar de não ter abandonado de vez o discurso combativo frente ao BC, a mudança de tom de Lula é bem-vinda, especialmente após a entrevista de Campos Neto ao programa Roda Viva na segunda-feira, 13, quando o banqueiro manteve postura republicana.

Além de não cair nas provocações de Lula, Campos Neto teceu elogios ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, cujas ambições fiscais considera razoáveis. Como mostrado pela coluna, o presidente do BC entende que figuras como Aloizio Mercadante, do BNDES, e Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), são quem mais influencia o discurso despropositado de Lula, enquanto Haddad representa uma ala pacificadora do partido.

Também nesta semana, o banqueiro pediu que o mercado tivesse boa vontade com o governo em evento do BTG Pactual, frisando que a nova gestão está no poder há apenas um mês e meio. Ao participar do mesmo evento, Fernando Haddad não sepultou a disputa entre o Planalto e o BC, mas deu uma declaração com o potencial de encurtá-la. Antes marcada para abril, o chefe da Fazenda adiantou a apresentação da nova âncora fiscal para o mês de março. A medida, se prosperar, daria mais previsibilidade aos rumos das contas públicas, o que indiretamente contribui para a redução da taxa Selic pelo BC, motivo do desgosto de Lula com a autarquia. No mesmo dia em que Haddad contou a novidade, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criou um grupo de trabalho para a discussão da reforma tributária, a outra grande pauta econômica do governo que pode melhorar consideravelmente o ambiente econômico ainda neste ano. Assim, a tensão entre governo e o BC autônomo, mesmo que marcada por excessos, parece ter acelerado reformas estruturais de suma importância para o país.

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Nos mercados, um dos grandes destaques da semana foi a divulgação de resultados trimestrais do Banco do Brasil (BB). O banco teve lucro líquido de 9,03 bilhões de reais no quarto trimestre de 2022, um aumento de 52% em relação ao obtido no mesmo período do ano anterior. O dado é particularmente importante tendo em vista o impacto do caso das lojas Americanas no setor financeiro. No caso do Banco do Brasil, 788 milhões de reais em dívidas da varejista com o banco foram provisionadas, o que representa cerca de metade do montante total. O valor é inferior ao constatado por concorrentes, como Itaú, Santander e Bradesco. Esses três registraram lucros abaixo da expectativa de mercado, puxados pelo caso Americanas, o que não foi o caso do Banco do Brasil. No dia da divulgação de resultados, o BB registrou forte alta em seus papéis, na contramão do Ibovespa. Apesar de alto e baixos (e especialmente dos conflitos institucionais entre o Planalto e o Banco Central, o índice cresceu 1% na semana, resistindo à turbulências.

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