Por efeito de uma decisão liminar, o ex-presidente municipal do PSDB em São Paulo, Fernando Alfredo, deixou há uma semana o diretório do partido. Ele foi substituído por Orlando Faria, em intervenção do então dirigente nacional do partido, Eduardo Leite.
Aliados de Alfredo acusam atos golpistas no mandato de Leite à frente do partido e afirmam que a situação não está resolvida pois um processo corre na Justiça, em Brasília. Segundo essa ala, na esfera interna da sigla, há necessidade de uma convenção municipal antes da estadual, que deve ocorrer em fevereiro, de acordo com o desejo de Paulo Serra, prefeito de Santo André e atual presidente do PSDB do Estado de São Paulo.
Serra, por outro lado, diz que a gerência de Alfredo sobre o diretório municipal é página virada e que a preocupação na capital, agora, é com o posicionamento dos tucanos nas eleições da maior cidade do país. Conforme o presidente estadual do partido, um movimento específico pôs uma pá de cal nas possibilidades do antigo mandatário voltar ao controle do PSDB na capital paulista.
Antes de sair do escritório tucano na rua Martins Fontes, área central da capital, Alfredo tirou computadores, cadeiras e outros itens do mobiliário e documentos da sede do partido. Procurado pelo Radar, o ex-chefe do diretório municipal do PSDB afirmou que retirou apenas bens pessoais e doações da militância, que foram devolvidas aos donos.
“Se [a mobília] fosse do partido, estaria na prestação de contas e no inventário”, afirmou.
“Quando nós chegamos, tudo que tinha eram dívidas e quatro funcionários, há quatro meses sem receber”.