A campanha publicitária que fez Paulo Pimenta ganhar pontos com Lula
Batizada de "O Brasil é um só povo", a iniciativa caiu nas graças do presidente e rendeu elogios ao chefe da Secom

O ministro Paulo Pimenta ganhou pontos com o presidente Lula por causa da campanha publicitária “O Brasil é um só povo”, lançada pela Secom nos últimos dias.
A inciativa foi pensada por Pimenta, que passou a ouvir que, “desta vez”, a publicidade do governo acertou. Animado com as peças produzidas pela agência Nova, Lula fez questão de republicar os filmes nas suas redes sociais.
Uma das peças, sobre o programa Farmácia Popular, usou uma ideia que o chefe da Secom gostava de contar aos aliados e fazia seus interlocutores darem risadas.
Dentro de uma farmácia, uma mulher comenta com o funcionário do estabelecimento que a bombinha está muito cara e que sua filha, que estava doente, no seu colo, não está nem conseguindo dormir por causa da asma. Uma outra cliente então pergunta se ela está com a receita do remédio e comenta que ela pode levar sem pagar.
A mãe então questionou se também poderia e que achava que isso não era pra ela, escondendo a camisa da seleção brasileira — que virou um dos símbolos dos bolsonaristas — com o casaco. “É pra todo mundo, todo mundo que precisa. Meu filho também usa esse remédio”, diz a interlocutora, olhando para a marca da Farmácia Popular na parede.
“Querer o melhor para nossos filhos. Isso é o que nos une”, diz a mensagem final do filme.
Só no Instagram, a peça já foi reproduzida mais de 2,4 milhões de vezes e alcançou mais de 1,4 milhão de contas, de forma orgânica.
A campanha
A primeira peça, lançada no último dia 10, tem o formato de clipe e foi gravada por artistas de variados estilos musicais, do soul de Sandra de Sá ao gospel do pastor Kleber Lucas, com o funk da cantora Lellê, a MPB de Jorge Vercillo e o axé de Manno Góes.
A campanha inclui ainda outros sete comerciais com histórias sobre reconciliações e trazem exemplos de pessoas beneficiadas por programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, Novo PAC, Bolsa Família, ProUni, Plano Safra e pelo programa de vacinação.
Puxão de orelha
Na semana passada, Lula sinalizou em um discurso que a “publicidade nossa” poderia ser um dos motivos para a falta de adesão ao Desenrola, uma vez que “apenas” 10 dos 72 milhões de brasileiros que estão devendo fizeram a renegociação por meio do programa do governo federal.
“Cadê os devedores que não apareceram fazendo negociação de até 90% de desconto? Eu não sei se é por causa da publicidade nossa, mas nós vamos continuar. Vou prorrogar a data, porque, se tem ‘nêgo’ devendo, nós queremos que ele pague o mínimo possível para que ele volte a ser cidadão, para que ele volte a consumir nesse país, porque somente com consumo vai ter indústria, somente com indústria vai ter salário, somente com salário vai ter distribuição de renda, é tão simples assim”, declarou o presidente, em reunião do Conselhão, na última terça-feira.