A despedida de Agnelli
Roger Agnelli reuniu agora há pouco um pequeno grupo de diretores e colaboradores da Vale para um café da manhã de despedidas. Emocionado (“Não dá para relaxar”, disse no início de sua fala), Agnelli fez um balanço dos seus bem sucedidos dez anos de Vale – são números impressionantes por qualquer ângulo que se olhe. […]
Roger Agnelli reuniu agora há pouco um pequeno grupo de diretores e colaboradores da Vale para um café da manhã de despedidas. Emocionado (“Não dá para relaxar”, disse no início de sua fala), Agnelli fez um balanço dos seus bem sucedidos dez anos de Vale – são números impressionantes por qualquer ângulo que se olhe. Político, disparou agradecimentos a toda sua diretoria, a ex-diretores, aos conselheiros, em especial a Mario Teixeira (do Bradesco); e a dupla Luiz Tarquínio e Sergio Rosa, ex-presidentes da Previ (não citou, porém, o atual presidente do conselho, Ricardo Flores). Não deixou de elogiar Murilo Ferreira, o novo presidente da Vale, seu ex-diretor. De fora da empresa e de governos, agradeceu a Luis Sales e Pedro Grossi, definidos por Agnelli como seus “gurus”.
Agnelli também agradeceu a Lula, a quem dedicou parte de usa fala. Disse Agnelli:
– Me afino com ele. Somos dois desenvolvimentistas, por isso nos damos bem.
Terminou sua fala com duas frases de impacto. Já com os olhos vermelhos e marejados, Agnelli disse “Agora tenho a minha vida de volta” e “Eu amo a Vale”.
O café da manhã, que começou às 9h e terminou duas horas depois na sede da Vale, foi uma ideia que surgiu ontem, às pressas. Originalmente, Agnelli queria fazer esse discurso na cerimônia de transmissão do cargo para Murilo Ferreira, que está começando neste momento na sede da Valia (o fundo de pensão da Vale). Agnelli queria também convocar a imprensa para assisti-lo. A turma que chega na Vale não topou este desenho para a cerimônia. Quis um evento mais discreto, sem imprensa e sem discursos. Apenas com a diretoria presente. E assim está sendo feito.